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Seu Problema é Nosso

Plantas tóxicas: será que você tem uma em casa? Veja cuidados necessários com elas

Espécies são perigosas especialmente para crianças e animais de estimação

01/04/2020 - 15h47min

Atualizada em: 01/04/2020 - 16h15min


Carlos Edler / Ver Descrição
Comigo-ninguém-pode

Em tempos que o cuidado deve ser redobrado, dentro e fora de casa, devido à pandemia de coronavírus, é preciso dar atenção às atividades domiciliares. A prevenção é uma das orientações médicas, que enfatizam a importância de ficar em casa, pois assim não sobrecarrega o atendimento de postos de saúde e hospitais durante a crise. 

Desta forma, o Diário Gaúcho buscou respostas para a dúvida da contadora Sandra Treichel, 38 anos, sobre os cuidados que devem ser tomados no cultivo de plantas tóxicas.

Moradora do bairro Vila Nova, na Capital, Sandra conta que, há poucos meses, sua filha de quatro anos sofreu com gastroenterite – infecção intestinal que causa diarreia, cólicas, náuseas, vômitos e até febre – após comer tomates cereja colhidos na horta de casa:

– A plantação de tomatinhos ficava ao lado da planta dama-da-noite, que larga toxinas. Ela ingeriu os tomates pela manhã e começou a passar mal à noite. No outro dia, procurei uma pediatra. Então, foi a médica que perguntou se tinha planta perto de algum alimento, pois não tinha outras motivações para a gastroenterite. 

Após a consulta, Sandra relembra que a menina precisou de tratamento com medicação por quatro dias.

Carlos Edler / Ver Descrição
Antúrio

– Sou o tipo de mãe preocupada que cuida tudo. Mesmo tendo atenção, minha filha quer brincar no pátio, brincar que faz comidinhas, mas sempre alerto para não encostar nas plantas. Cachorros e gatos também podem ser intoxicados. Procurei me informar, mas minha família não acredita que algumas plantas podem fazer mal – relata a contadora.

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Conheça formas de cuidar das plantas

O engenheiro agrônomo da Emater Gervásio Paulus afirma que as plantas citadas por Sandra, de fato, são tóxicas se ingeridas por pessoas ou animais. Segundo ele, a dama-da-noite possui uma substância que podem causar problemas gastrintestinais e confusão mental, entre outros sintomas. Demais plantas comuns no cultivo doméstico, como comigo-ninguém-pode, copo-de-leite, costela-de-Adão e antúrio, segundo o engenheiro, se mastigadas e ingeridas, causam queimação e edema na boca e na língua (confira mais detalhes abaixo).

O especialista orienta que quem faz esse cultivo deve separar bem os espaços das plantas alimentícias, como verduras, legumes e frutas – e, até mesmo, das que têm finalidade decorativa. Segundo Paulus, “é importante, no planejamento de jardins ou floreiras, considerar os riscos no uso de plantas tóxicas, em especial em ambientes frequentados por crianças pequenas”. 

Arquivo Pessoal / Arquivo pessoal
Copo-de-leite

Como cultivar

O especialista explica que alguns cuidados básicos são fundamentais: 

– Por exemplo, é importante conhecer as plantas que são potencialmente tóxicas pelo nome e pelas características, e, especialmente, as que estiverem perto da casa ou do quintal. Outra dica é evitar ingerir plantas ou partes delas, como folhas, flores e sementes, inclusive cogumelos, a não ser que sejam bem identificadas, e manter plantas fora do alcance de crianças e animais.

Na hora dos serviços de jardinagem, Paulus alerta que é preciso usar luvas, óculos de proteção e descartar de forma segura os ramos cortados.

As plantas tóxicas mais comuns são:

//// Comigo-ninguém-pode, copo-de-leite, costela-de-adão, antúrio: acumulam cristais de oxalato de cálcio e, se mastigadas e ingeridas, causam queimação, edema na boca e na língua.

/// Coroa-de-cristo, aveloz, bico-de-papagaio: possuem látex, substância leitosa branca que é cáustica e irritante, com efeito nas mucosas. Se ingerida, provoca salivação excessiva, náuseas, vômitos e diarreia.

/// Cartucheira ou datura, maria-mole, dama-da-noite: possuem alcaloides, cujos principais sintomas de intoxicação incluem distúrbios gastrintestinais, hipertermia, taquicardia e confusão mental.

/// Espirradeira, mandioca-brava: possuem glicosídeos, que podem provocar distúrbios gastrointestinais, alterações cardíacas e distúrbios visuais ou neurológicos.

/// Cinamomo ou árvore-de-santa-bárbara: as folhas e os frutos podem causar aumento de salivação, náuseas, vômitos e diarreia. 

/// Aroeira-brava: possui uroshiois, que são substâncias voláteis que se desprendem da planta e causam alergia (espirros, coriza, lacrimejamento) e um quadro de sensibilização.

Lidiane Marques / Agencia RBS
Dama-da-noite

Em caso de intoxicação: como proceder?

Paulus afirma que, em caso de intoxicação ou ingestão acidental, é preciso procurar o teleatendimento médico – como medida de precaução em função da pandemia de coronavírus – para buscar orientações. Também é preciso manter a planta guardada para identificação. 

O especialista recomenta o site do Centro de Informação Toxicológica (CIT/RS) como uma fonte de referência para conhecer as plantas e seus efeitos. O endereço é cit.rs.gov.br. O CIT mantém serviço de plantão para casos de intoxicação pelo telefone 0800-721-3000.

Produção: Caroline Tidra 

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