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Seu Problema é Nosso

Há mais de dois anos, morador de Viamão espera por conclusão de obra da prefeitura dentro de seu pátio

Em 2018, Paulo Edgar, morador da Avenida Plácido do Carmo, cedeu parte do seu terreno para obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), que até hoje não foram finalizadas. Prefeitura afirma que aguarda intervenções da Corsan na região

29/07/2020 - 11h01min


Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
Segunda casa do terreno ficou pela metade

Ter uma calçada pronta e a conclusão do muro são obras que ficaram na promessa para o zelador Paulo Edgar Silva da Silva, 59 anos. Desde janeiro de 2018, o morador da Avenida Plácido do Carmo, na Vila Augusta, em Viamão, aguarda a conclusão de uma obra da prefeitura, que tinha como planejamento expansão da calçada e pavimentação da via. 

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À época, quando as obras começaram, o zelador cedeu cerca de dois metros do seu terreno para as melhorias na área. O abandono da construção, que mal tinha sido iniciada, já foi publicado duas vezes no Diário Gaúcho. Na primeira, em maio de 2018, a prefeitura declarou que o objetivo da obra seria a pavimentação e a construção de calçada na via e que a construção estava apenas pausada, na espera do restante do material. No entanto, novamente o leitor manifestou sua indignação com a ausência da prefeitura para conclusão. Na segunda publicação, a prefeitura não se posicionou sobre o assunto. 

Quase dois anos se passaram e nada mudou, segundo Paulo. Hoje, ele demonstra desesperança em relação à finalização do que foi prometido:

– Meu pátio continua com a mesma bagunça. A prefeitura não deu qualquer satisfação, abandonou a obra por completo. Procurei até saber se eu posso demolir o que foi feito, porque está dividindo o terreno. A vizinha já tirou as vigas, mas eu tenho medo de quebrar e me incomodar depois. É uma decepção, doei meu terreno e nada foi feito. 

As obras fazem parte do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) Augusta, uma parceria da prefeitura com o governo federal para a retirada de pessoas de uma área de risco que fica perto de onde moram Paulo e a família.

Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
Estrutura enferrujada representa riscos

Perigo

Com a ação do tempo, os ferros das vigas enferrujaram, e o alicerce também teve danos. 

– Além de ter um pátio feio, os vergalhões estão com ferrugem. Um perigo para meus netos que brincam ali – ressalta.

Paulo também destaca com pesar o corte de árvores frutíferas que foi feito no início da obra, visto que a construção não andou, ou seja, a retirada parece ter sido em vão. 

– Na altura que a estrutura está, queria que a prefeitura viesse remover o concreto e as vigas. Estou de mãos atadas, sem resposta. Quando assinei o termo de doação do terreno, pensei que as melhorias iriam valorizar o endereço, fiquei empolgado por alguns dias, o tempo em que os funcionários trabalharam – conta. 

A casa no fundo do terreno era para ser da filha de Paulo e tinha previsão para ser demolida devido à obra da prefeitura, mas segue em pé. A nova casa, que tinha começado a ser construída, também não foi finalizada. De acordo com o zelador, continua tudo igual, sem banheiro e sem acabamentos, apenas com paredes, e sua filha já não mora mais no local. 

– Ficamos no prejuízo. 

Retomada da obra ainda pode demorar

De acordo com a assessoria do secretário-geral de Viamão, Leonardo Paolazzi, a prefeitura paralisou as obras, pois aguarda a conclusão da substituição das adutoras na região da Avenida Plácido do Carmo, que é de responsabilidade da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan). 

A assessoria informou que espera que as obras da Corsan recomecem em 10 dias. Depois, a prefeitura afirma que o trabalho da Corsan levará em média 40 dias para ser concluído. Após o término, a prefeitura deverá reiniciar os trabalhos do PAC e terá o prazo de 90 a 120 dias para conclusão e entrega – incluindo o muro e a calçada de Paulo. Além disso, o órgão municipal destacou que o morador não pode destruir o que já foi feito no seu terreno. 

Substituição

Questionada pela reportagem, a Corsan afirma que prevê substituir as adutoras na ponte da Augusta. Sobre o prazo informado pela prefeitura, a Corsan diz que é “uma estimativa que depende de alguns fatores, entre eles, legais e operacionais” e que “a partir da empresa ganhadora da licitação para execução desse trabalho, há um prazo para início das obras, e o período previsto pode se estender, dependendo das condições climáticas e de algum outro imprevisto”.

Produção: Caroline Tidra

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