A espera acabou
Tecnologia norte-americana e mais de R$ 400 milhões investidos: como ficou a RS-118 após a duplicação
Depois de 14 anos de trabalhos, obra está sendo inaugurada na tarde desta quarta (23) pelo governador Eduardo Leite
Depois de 14 anos e meio de obras, a duplicação da RS-118 está sendo inaugurada pelo governador Eduardo Leite na tarde desta quarta-feira (23). Com 21,5 quilômetros, interligando os acessos à BR-116 (em Sapucaia do Sul) e à freeway (Gravataí), a obra deve facilitar a logística entre os municípios da Região Metropolitana e a ligação com o interior e o Litoral Norte. É alternativa às rodovias federais que cortam a região.
O projeto data de 2001, mas os trabalhos só começaram em 2006. O investimento desde que a obra começou ultrapassa R$ 400 milhões. O atual governo retomou os trabalhos em junho de 2019, após obter financiamento de R$ 131 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para executar a fase final da rodovia.
A duplicação da RS-118 colecionou paralisações e promessas. Entre os problemas que acarretaram em demora, como relacionou o colunista Jocimar Farina, estão a falta de dinheiro (dependia, até 2019, do caixa único do Estado), a realização de trabalhos isolados (as contratações ocorriam a partir do momento da conclusão dos projetos, que eram construídos de forma separada), reassentamentos (aproximadamente mil casas precisaram ser removidas para dar lugar à nova pista), além de questões como dificuldade em ter acesso a asfalto e buracos aparecendo em trechos já executados.
O prefeito de Esteio, Leonardo Pascoal, uma das cidades por onde passa a RS-118, comenta sobre esses atrasos:
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— Trata-se de um projeto que traz consigo a marca de muito trabalho, mas também do que não podemos mais ser, enquanto Estado, em que as burocracias públicas atrapalham a vontade genuína das comunidades. Foram anos de esforços continuados para a realização desse projeto, com um tempo de execução além do que desejávamos, mas que está aqui, disponível para nossa população.
O prefeito de Cachoeirinha, Miki Breier, também citou a demora, mas diz que recebe a obra “com euforia” e que ela será importante para atrair novos investimentos à cidade.
A rodovia agora tem quatro pistas (com oito faixas de tráfego na maior parte do trecho) incluindo as ruas laterais, além de sete viadutos e duas pontes. A obra utiliza tecnologia norte-americana chamada "gap graded": é o revestimento com uma mistura de asfalto-borracha e pedra brita, que escoa mais água e facilita a frenagem dos veículos, evitando derrapagens e reduzindo risco de acidentes.
A duplicação está concluída, mas ainda restam algumas obras complementares. Segundo a Secretaria Estadual de Logística e Transportes, em 2021, deve ser construído um viaduto no entroncamento com a RS-030 e o distrito industrial de Gravataí. Também serão licitadas seis passarelas para pedestres ao longo do trecho duplicado.
A rodovia
Extensão: 21,5 km de rodovia duplicada
Começo das obras: julho de 2006
Investimento: desde o começo, ultrapassa R$ 400 milhões
Infraestrutura: São quatro pistas (com oito faixas de tráfego na maior parte do trecho), sete viadutos e duas pontes