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Prédio  histórico

Mercado Público de Guaíba aguarda por reforma desde o final dos anos 1990

Prédio histórico de Guaíba, construído em 1860, deveria ser transformado em mercado para comerciantes e artesãos locais. Mas, projeto não saiu do papel

28/01/2021 - 05h00min

Atualizada em: 28/01/2021 - 05h00min


Alberi Neto
Alberi Neto
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Félix Zucco / Agencia RBS
Estrutura nas margens do Guaíba tem cerca de 160 anos

A vista e a localização são privilegiadas. De frente para o Guaíba, perto do terminal hidroviário do Catamarã e num ponto central da cidade. Entretanto, esquecido e sofrendo as ações do tempo. Esta é a situação do prédio histórico do antigo Mercado Público de Guaíba, função que o prédio na Avenida João Pessoa abrigou até 1998.

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Depois disso, o espaço foi fechado e o passar do tempo lhe arrancou qualquer característica de funcionalidade, deixando apenas as paredes de pé. Hoje, nem o telhado existe mais. A frente do prédio é usada como estacionamento. A fachada já tem vegetação crescida dividindo espaço com os antigos vitrais e as pequenas luminárias que enfeitam a entrada. Peças de roupas jogadas pelo chão também mostram que o prédio serve de abrigo para desfavorecidos. No interior, partes do antigo piso dividem espaço com mais mato.

Apesar do uso como Mercado Público até 1998, o prédio é bem mais antigo. Conforme a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico e Turismo, a construção data de 1860. São cerca de 160 anos de história. Inicialmente, quando Guaíba ainda fazia parte de Porto Alegre, a estrutura funcionava como Matadouro Municipal. O nome pelo qual o prédio é conhecido vem deste período, quando Guaíba era conhecida como distrito de Pedras Brancas. A utilização como matadouro perdurou até meados do século XX. Em 1926, quando a região veio a emancipar-se da Capital, o matadouro Pedras Brancas foi doado ao município.

No período já como parte da cidade de Guaíba, o espaço funcionou como Secretaria de Obras. Por volta dos anos 1980, foi feita a primeira e única restauração, que transformou o antigo matadouro no Mercado Público Municipal. Do final dos anos 1990, após o fechamento, até o início dos anos 2010, o espaço caiu no ostracismo. 

Esquecido, voltou a lembrança coletiva quando a ligação entre a Capital e a cidade foi iniciada pelo funcionamento do Catamarã. Com o terminal hidroviário próximo do local, a circulação na região cresceu e o interesse pelo prédio também. Em 2013, a prefeitura chegou até a pintar a fachada do local. Mas, hoje, pouco resta das demãos de tinta branca.

Sem sucesso

No final de 2017, a comunidade guiabense alegrou-se com a colocação de tapumes na frente do prédio e a instalação de placas que prometiam o início da revitalização do antigo mercado Pedras Brancas. A obra, que era do governo estadual, foi escolhida através de consulta popular. A ideia era concretizar a primeira etapa para transformar o local em um mercado cultural. A promessa: reformar o sistema de cobertura do prédio, o mais afetado pela passagem dos anos.

As placas instaladas junto ao tapume indicavam investimento de R$ 422 mil e seis meses de trabalho. Ou seja, entrega prevista para maio de 2018. Entretanto, quem passa hoje pela área pode constatar que nada mudou. Os tapumes já não estão mais ali e o prédio histórico está à própria sorte, com acesso livre para quem quer que seja. 

O que foi prometido em 2018 não andou, pois, segundo a prefeitura de Guaíba, apenas a primeira etapa da obra não seria suficiente. As estruturas de ferro colocadas no local para  a reforma do sistema de cobertura "foram deterioradas pelo tempo", conforme a assessoria de imprensa da cidade. Assim, o investimento acabou perdido. Como a consulta popular só contemplava a primeira etapa, aquela obra levou a possibilidade reabrir o prédio do nada ao lugar nenhum.

Um dos objetivos da nova administração

Apesar de a prefeitura de Guaíba ainda contar somente com prefeito e vice-prefeito na administração da cidade, dar atenção ao espaço nas margens Guaíba é uma das intenções. Conforme a assessoria de imprensa da cidade, o prefeito Marcelo Maranata já visitou o local, na semana passada, e comentou o desejo de restaurar o tornar o prédio um ponto de turístico da cidade. Ao mesmo tempo, a ideia é "possibilitar aos pequenos empreendedores guaibenses terem mais uma fonte de renda".

Por enquanto, o processo está no plano das ideias. As nomeações para o secretariado começam em março, pois o novo prefeito preferiu trabalhar os dois primeiros meses somente com os servidores públicos, a fim de compreender melhor a estrutura governamental e as finanças do município. Com secretários empossados, a restauração do prédio histórico será um dos primeiros projetos iniciados, garante o prefeito.

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