Seu Problema é Nosso
Na Restinga, moradores se unem para limpar e cuidar de praça
A pintura dos brinquedos e a decoração da praça foi realizada em uma ação entre os vizinhos
Moradores do bairro Restinga, na Capital, não ficaram de braços cruzados em relação aos cuidados e à manutenção da Praça Dois da Super Quadra Dois, que fica entre as alamedas G, H e J. No final de 2015, o vendedor Paulo Roberto Santos dos Santos, 42 anos, relatou ao Diário Gaúcho sua insatisfação sobre o local, que era tomado pelo lixo. À época, a prefeitura se comprometeu a cumprir o calendário de limpezas na área, a cada 45 dias, e o recolhimento semanal do lixo.
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Em março de 2016, o DG mostrou que o espaço havia recebido a manutenção, exceto a instalação de lixeiras.
– No mesmo ano foram colocados os brinquedos e, desde lá, a gente vem mantendo tudo limpo. Nunca mais teve focos de lixo. Conseguimos doações de duas lixeiras, um pedido não atendido pela prefeitura – conta.
Segundo Paulo, após a reportagem, ele diz que “não largou de mão” a situação e se manteve em contato com a prefeitura por meio de protocolos e solicitações, quando necessário. No início deste ano, os moradores se uniram em uma ação de revitalização da praça. Com latas de tintas doadas para a comunidade, adultos e crianças se envolveram no projeto de pintura e decoração com pneus. Outro morador trabalhou na reforma dos brinquedos. Quem não ajudou desta forma colaborou com o lanche, levando pães e salsichas para o cachorro-quente.
– As pessoas pensam em não se envolver com problemas do espaço público, eu também pensava assim. Agora, acredito que a mão de obra tem que ser um pouco da gente também, porque assim é mais valorizado. É um pouco do nosso trabalho, do nosso cuidado. Temos crianças aqui no bairro que se divertem muito nas praças, e espero que a nossa seja um exemplo para estimular outros moradores a cuidarem do patrimônio público, não depositando lixo e também fiscalizando quando isso acontece – afirma o vendedor.
Uma das preocupações, hoje, é a condição de um eucalipto. Paulo conta que a árvore tem 40 metros e precisa de poda para evitar risco de queda no futuro.
Organização
A professora Janaína de Oliveira Soares, 34 anos, mora em frente à praça há nove anos. Ela ajudou na pintura dos brinquedos:
– Como professora, pensei em decorar o local. As florezinhas nos brinquedos atraem a atenção das crianças. Quando existe o envolvimento do pessoal que frequenta o lugar, há a conscientização e se dá o bom exemplo.
Conforme Paulo, a limpeza das lixeiras é organizada por escala entre os moradores. Eles conversam em um grupo no WhatsApp. Em relação às sobras de podas, ele explica que os moradores levam até a frente de uma das casas para, assim, ser registrado um pedido de limpeza:
– É injusto levarmos as podas para outro espaço público. Se todo mundo fizer um pouquinho, não vai ter foco de lixo.
Ele ainda destaca que busca a parceria de empresários do bairro que queiram colaborar com a doação de brinquedos, como o gira-gira e uma gaiola labirinto. Além de mais bancos para um chimarródromo.
Serviço será programado
Na sexta-feira, a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb) informou que a equipe de Manejo Arbóreo foi até a praça para fazer uma vistoria técnica sobre os eucaliptos. Segundo a avaliação, serão necessárias 36 intervenções, sendo oito em eucaliptos. O serviço será programado para os próximos dias e todas as intervenções na praça serão feitas em uma tomada de dois a três dias.
Em relação à instalação de lixeiras, a Secretaria de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus) informa que, ao tomar conhecimento do caso, abriu processo para identificar o projeto e encaminhar pedido de instalação.
Explica ainda que, nos últimos anos, a prefeitura passou por reforma administrativa que reorganizou as competências da secretaria.
Produção: Caroline Tidra