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Furto de fiação impede retorno de aulas presenciais em escola de Viamão

Instituição de Viamão teve fiações elétricas furtadas e não pode atender alunos presencialmente. Estudantes do magistério reclamam

07/07/2021 - 06h00min


Alberi Neto
Alberi Neto
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Jefferson Botega / Agencia RBS
Instituição não recebe alunos de maneira presencial desde o início da pandemia

O retorno das aulas presenciais está ainda mais distante para alunos do Instituto Estadual de Educação Isabel de Espanha, em Viamão. Mesmo que o governo estadual já tenha flexibilizado as aulas presenciais há alguns meses, nenhum aluno da instituição pôde ter aulas na sede da escola. Isso porque a fiação das salas de aula foi furtada no início deste ano, impossibilitando o atendimento. O Instituto Isabel de Espanha está sem receber estudantes deste março de 2020, quando os encontros foram suspensos pela pandemia de coronavírus.

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Dos quatro anos de Magistério que deve cursar no espaço, Ana Julia Ventura, 17 anos, teve apenas um mês de maneira presencial. Agora, está no segundo ano do curso e lida com os desafios da educação remota em uma formação que deveria lhe permitir a prática de lecionar.

— O convívio que teríamos em sala de aula e os estágios presenciais trariam mais segurança em relação à profissão que iremos exercer. O ensino remoto não nos supre nessas necessidades educacionais que precisamos — aponta a estudante, que mora com os pais no bairro Esmeralda, na cidade da Região Metropolitana.

A Secretaria Estadual de Educação confirma a necessidade de um reforma elétrica do local. Mãe de uma estudante do segundo ano do Ensino Médio na modalidade Magistério, a costureira Caroline do Amaral Zanona Reckziegel, 44 anos, matriculou a filha no local na esperança de que os estudos que ela iniciou no Litoral Norte continuassem na cidade.

— Ela fazia o magistério em Tramandaí, mas nos mudamos. Achei que nessa instituição ela conseguiria seguir com aulas presenciais, mas não está sendo possível — pontua Caroline.

Internet

A mudança é recente, então, a família ainda se adapta na casa nova, no bairro Viamopólis. O local, por exemplo, ainda não tem internet. Assim, para conseguir estudar, Laura Zanona Reckziegel, 16 anos, precisa se deslocar até o ateliê de costura onde a mãe trabalha, na casa da avó de Laura. Enquanto Caroline executa suas atividades laborais diárias, Laura tenta manter os estudos mais próximos do que seria possível em um ambiente escolar. 

— Quando comecei a transferência, fiquei muito feliz por achar que as aulas seriais presenciais. Tenho um pouco de dificuldade com o ensino remoto. Quando fui na escola para os ajustes de matrícula, me informaram que os encontros seriam apenas de maneira remota. Dificulta bastante, ainda mais não tendo um local adequado. Aqui no ateliê, enquanto estudo tem o barulho de todo ambiente — pontua Laura.

Jefferson Botega / Agencia RBS
Laura precisa se deslocar até o ateliê da mãe para acessar à internet e conseguir estudar

Para Caroline, a demora no reparo dos problemas elétricos é demasiado. Segundo ela, a coordenação da escola tem informado aos pais que a responsabilidade é do governo estadual na execução do conserto. 

— Não faz sentido os alunos de Magistério terem o espaço e a permissão para as aulas, mas não poderem frequentar o local por demora do Estado em fazer o conserto — pontua a mãe de Laura.

Retorno seguro

A auxiliar de saúde bucal Luana do Amaral, 37 anos, também é mãe de um aluno do Instituto Isabel de Espanha. Eduardo Amaral, 17 anos, está no terceiro ano do Ensino Médio. Para ela, as aulas online não são a melhor opção, mas são uma ferramenta segura durante a pandemia. 

— O importante nessa hora é preservar nossos filhos desse vírus, ainda mais que meu filho tem problema respiratório — diz Luana.

Na visão dela, além dos problemas da escola que precisam ser consertados, a voltas das aulas presenciais "tem também outros fatores a serem resolvidos":

— Principalmente, a vacinação para os adolescentes.

Estado não dá previsão de consertos

Procurada pela reportagem, a Seduc informou que "em relação à reforma elétrica do Instituto Estadual de Educação Isabel de Espanha, de Viamão, a 28ª Coordenadoria Regional de Obras Públicas (Crop) já vistoriou o local". Segundo a pasta estadual, agora, a obra está "em fase de elaboração de projeto". Entretanto, não há prazo para que esse trâmite seja superado. A Seduc diz que é "necessário concluir a elaboração do projeto para ter uma previsão".

A secretaria, entretanto, reforça que o atendimento aos alunos é feito com a instituição de ensino realizando a entrega do material didático aos alunos e também no modelo remoto pela plataforma Google Sala de Aula.

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