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Um ano e meio de espera por conserto de ponte na Lomba do Pinheiro

Estrutura está danificada desde janeiro de 2020

19/07/2021 - 09h35min

Atualizada em: 19/07/2021 - 09h55min


Felix Zucco / Agencia RBS
Ivan é um dos moradores que aguardam o conserto da ponte

Os moradores da Lomba do Pinheiro, na zona leste de Porto Alegre, convivem há mais de 500 dias com a insegurança de uma ponte que liga as ruas Campinas do Sul e Arvoredo. A ponte apresenta rachaduras, corrimãos soltos e buracos.  Neste contexto, a comunidade se vê diante de duas possibilidades: utilizar a ponte mesmo tendo o risco de algum acidente ou caminhar cerca de 30 minutos para contornar o caminho e chegar aos locais que seriam acessados em pouco tempo se a ponte estivesse apta para a passagem. 

A situação já foi tema de matérias do Diário Gaúcho duas vezes, em março e em julho de 2020. Estragado desde janeiro do ano passado, o caminho chegou a ser interditado pela prefeitura em março daquele ano. No entanto, de acordo com o motoboy Ivan Roberto Dias, 46 anos, as faixas de interdição foram retiradas pelos moradores que, segundo ele, já cansaram de registrar reclamação pelo 156: 

– As pessoas continuam usando. Elas cansaram depois de tanto pedir. Nós (os motoboys) que continuamos tentando cobrar da prefeitura o conserto – relata Ivan. 

De acordo com o morador, a ponte costumava ser bastante utilizada pelos motoboys da Lomba do Pinheiro. Além disso, ela também facilita o acesso para uma creche e para um posto de saúde, o que faz com que os principais usuários da passagem sejam crianças e idosos. 

Creche

Segundo os moradores, o principal receio é de que a ponte caia durante a travessia de uma pessoa. Outra situação relatada pelos moradores é o fato de que boa parte das crianças que moram na Rua Arvoredo e estão matriculadas na creche, precisam utilizar a ponte. Para o motoboy Dhiordan Garcia Praia, 30 anos, morador da Arvoredo, a maior mudança em sua rotina foi o aumento de tempo entre as entregas. Segundo ele, com a utilização da ponte é possível diminuir o percurso em até 2 km.  

– Está ponte é essencial em nossa comunidade, tanto para os moradores como para nós motoboys. A travessia dela é muito perigosa porque está desestruturada. 

Questionado sobre o sentimento diante da demora na resolução do problema, Ivan não esconde a frustração: 

– É de revolta e de tristeza. Parece ser algo muito acessível de ser feito e, infelizmente, custa muito para a população.

De acordo com presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil, departamento do Rio Grande do Sul (IAB RS), Rafael Passos, 42 anos, a prefeitura tem o dever de dar imediata solução. Segundo ele, apesar de ser uma ponte apenas para pedestres, ela é fundamental para encurtar distâncias para o acesso a serviços públicos, como o transporte. 

– Me parece que exige um esforço conjunto do Dmae e da Secretaria de Infraestrutura para que uma coisa não dependa da outra. No que se refere à questão do esgoto e da estrutura da ponte – destaca o arquiteto e urbanista.

Prejuízo

O comerciante Carlos William Baun Kipp, 33 anos, transferiu seu comércio para a Rua Arvoredo há dois anos. Segundo ele, desde que a ponte começou a apresentar defeitos em sua estrutura, muitos consumidores pararam de comprar no local por medo de fazer a arriscada travessia. 

– Geralmente, meus clientes mais idosos ou mulheres grávidas acabam achando que não vale a pena fazer toda a volta pra comprar. Isso é complicado, porque eu entendo o medo deles – explica o comerciante. 

Intervenção ainda em 2021, diz prefeitura 

Em 2020, a prefeitura realizou uma visita técnica no local e interditou a ponte, que posteriormente voltou a ser utilizada pelos moradores. Procurada pelo Diário Gaúcho, a Secretaria de Obras e Infraestrutura (SMOI) informou que em junho, o secretário Pablo Mendes Ribeiro, acompanhado de técnicos da pasta, vistoriou a construção. Após a vistoria, teria sido determinada a realização de um projeto para orçamento e execução da recuperação da ponte existente ou construção de uma nova. Segundo a SMOI, “a expectativa é de que a intervenção seja realizada ainda no segundo semestre de 2021”.

Produção: Kênia Fialho 



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