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Carnaval 2022

Desfile das escolas de samba começa a ser planejado em Porto Alegre

Em anúncio recente, a prefeitura incluiu os desfiles na programação de aniversário dos 250 anos da Capital

26/10/2021 - 05h00min

Atualizada em: 27/10/2021 - 13h45min


Alberi Neto
Alberi Neto
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Isadora Neumann / Agencia RBS
Conforme ideia inicial, evento seria nos dias 18, 19 e 20 de março

A retomada do Carnaval de escolas de samba deve ter sua segunda parte em 2022. Depois do fim do primeiro hiato em 2019, os desfiles precisaram ser interrompidos novamente por causa da pandemia neste ano. Agora, entidades carnavalescas e poder público traçam planos para 2022, quando se espera que o cenário causado pelo coronavírus esteja controlado.

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O primeiro indício de realização do Carnaval 2022 no Complexo Cultural do Porto Seco, na zona norte da Capital, veio no calendário de eventos divulgado pela prefeitura para os 250 anos de Porto Alegre, no final de setembro. No documento, os desfiles das agremiações estão previstos para os dias 18, 19 e 20 de março do próximo ano. 

O presidente da União das Entidades Carnavalescas de Todos os Grupos e Abrangentes de Porto Alegre (Uecgapa), Richer Kniest, pontua que a entidade e a União da Escolas de Samba de Porto Alegre (Uespa) vêm construindo desde o início do ano. Até o momento, o meio de março segue como ponto de partida do projeto. 

– Já temos essa data definida, então, está tudo se encaminhando para ter o desfile. Um contratempo da saúde, relacionado à covid-19, poderia mudar esses planos. Mas, em princípio, segue tudo dentro do esperado para que os desfiles sejam realizados na data prevista – cita Richer.

Temática

A aparição do Carnaval de escolas de samba no calendário dos 250 anos de Porto Alegre não é mera divulgação. A intenção do Paço Municipal é de que as escolas construam seus desfiles para 2022 tendo a cidade como ponto de partida. Uma maneira de unir a Festa de Momo com a aniversário da Capital. 

– Nas conversas que temos tido entre entidades e prefeitura, construímos essa ideia das escolas homenagearem a cidade. Então, se não todas, a grande maioria vai apresentar um tema ligado à cidade de Porto Alegre – projeta o presidente da Uecgapa.

Segundo Richer, no complexo do Porto Seco, o movimento ainda é discreto nos barracões. Ele acredita que este último trimestre, principalmente, o mês de dezembro, deve dar início à movimentação no local, com a construção de carros alegóricos, adereços e fantasias. As agremiações estão divididas nos grupo Ouro (nove escolas), Prata (sete escolas) e Bronze (oito escolas). A ordem dos desfiles e o regulamento da festa ainda estão sendo montados.

A realização do carnaval no Porto Seco  tem se mostrado desafiadora para as agremiações. Com a interrupção em 2018 e o retorno independente em 2019 e 2020 (com desfile poucos dias antes do mundo parar em razão da pandemia), o próximo deve mais uma vez mostrar o Carnaval das escolas de samba como ato de resistência de uma classe com cada vez menos apoio público.

Organização e apoio público ainda em discussão

Quando as escolas decidiram tocar os desfiles por contra própria, sem apoio da prefeitura, em 2019 e 2020, houve avanço no sentido de promoção da festa. Uma produtora chegou a ser contratada para organizar o evento do ano passado, o que rendeu uma estrutura mais completa, com a volta dos camarotes estruturados e até de uma espécie de espaço VIP no Porto Seco.

– Ainda temos incógnitas sobre a produção, mas queremos uma estrutura bem próxima do que foi o último Carnaval. Estamos estudando propostas de produtoras, mas ainda não podemos divulgar nada concreto – pontua Richer.

Em relação à participação do poder público na festa, a discussão também segue. O apoio seria além das obrigações comuns do município, como a limpeza e capina do Porto Seco e o fornecimento de serviços públicos de saúde, segurança, transporte público e orientação de trânsito. Já há alguns anos, a prefeitura suspendeu os repasses para as escolas como forma de cachê artístico para realização dos desfiles. 

Repasses

No último ano de governo, o ex-prefeito Nelson Marchezan Junior até criou um programa de repasses para fomentar a cadeia produtiva do Carnaval, com a criação de oficinas de aprendizagem nas escolas de samba. O repasse de R$ 982 mil, cerca de R$ 75 mil para cada agremiação, visava preparação para os desfiles de 2021, que acabaram não acontecendo em razão da pandemia.

– Temos projetos em discussão com a prefeitura, tem várias formas de apoio. Acreditamos que alguma delas irá se concretizar.

Conforme a Secretaria Municipal da Cultura (SMC), os desfiles estão apenas “previstos, ainda não confirmados”. Em relação a possível apoio público para o evento, o órgão não respondeu.

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