Seu Problema é Nosso
Jovem de Gravataí ganha restauração de cadeira de rodas
Morador de Porto Alegre, que não quis se identificar, foi o responsável pelo conserto
O estudante de Letras Angelo Abrão Gonçalves Mello, 20 anos, de Gravataí, voltou a ter a autonomia garantida. Em 13 de outubro, o Diário Gaúcho contou a história de uma vaquinha online que estava sendo organizada pela família dele para custear a compra de uma bateria nova, no valor de R$ 1,3 mil, e a manutenção do equipamento, que seria em torno de R$ 5 mil.
O jovem nasceu com uma malformação chamada artrogripose múltipla congênita, que causa limitações em todas as suas articulações.
A mãe de Angelo, Carina da Silva Gonçalves, 39 anos, conta que, após a reportagem, uma moça entrou em contato com ela, dizendo que conhecia uma pessoa que poderia ajudar. Alguns dias depois, um homem contatou a família, afirmando que poderia fazer a troca das peças que estavam danificadas:
– Ele me ligou e marcou uma data para buscar a cadeira, foi muito educado. Dois dias depois, trouxe-a toda arrumada.
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Os dois voluntários optaram por não ter suas identidades reveladas. Carina conta que o controle, as rodas e toda a parte elétrica foram trocados.
Mobilização
A moradora do centro de Porto Alegre que entrou em contato com Carina conta que, após ler a reportagem no Diário Gaúcho, fez cópias da página e as colocou em cerca de 15 caixas de correio no bairro Tristeza, na zona sul da cidade. Um dos moradores dessas casas entrou em contato com a voluntária e disse que gostaria de contribuir de alguma forma. Foi quando ela ligou para Carina. A voluntária conta que a iniciativa surgiu a partir da empatia que sentiu ao ler a história de Angelo.
– Fiquei comovida. Também senti decepção com órgãos de assistência, que parecem tão falhos – explicou.
A vaquinha online, que arrecadaria contribuições até dezembro, resultou em R$ 1,5 mil. O valor será utilizado para comprar um refil de bateria, que precisa ser trocado a cada dois anos, em média, explica Carina. Desde o final de novembro, Angelo voltou a realizar atividades que não estavam mais sendo feitas por ele, como ir ao estágio. Agora, a cadeira voltou a funcionar por até 14 quilômetros, sem precisar ser recarregada. Antes do conserto, ao passar por qualquer obstáculo ou buraco na rua, a cadeira se desligava.
Produção: Kênia Fialho