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Leitora reclama: fila longa e demorada na Farmácia de Medicamentos Especiais

De acordo com Cláudia, situação se agravou no início da pandemia

15/03/2022 - 10h16min


Félix Zucco / Agencia RBS
Cláudia relata espera de pelo menos duas horas

– Quando vou na farmácia (de Medicamentos Especiais), chego em casa e vou direto para cama. A dor fica muito intensa. Só consigo sair da cama no dia seguinte. 

É assim que a cozinheira Cláudia Beatriz Souza Lisboa, 51 anos, moradora do bairro Aberta dos Morros, em Porto Alegre, começa seu desabafo. Há sete anos, ela recorre à Farmácia de Medicamentos Especiais (FME), localizada na Avenida Borges de Medeiros, 546, no centro da Capital, para obter a medicação que utiliza para tratar a artrite reumatoide, uma doença inflamatória crônica que pode afetar as articulações. 

Em fevereiro deste ano, uma notícia no site do governo do Estado confirmou que a gestão da Farmácia estava em processo de transição do âmbito estadual para o município de Porto Alegre. A cozinheira explica que, desde o início da pandemia, a espera tem sido de, no mínimo, duas horas:

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– Esse é o tempo médio para a retirada da medicação. Mas, quando faço a renovação da documentação, é ainda maior.

Ela conta que, mensalmente, faz a retirada da medicação Leflunomida 20 mg.

Demanda

Cláudia tenta entender a causa da demora. Mas diz que, nas vezes em que pediu informações, não recebeu explicações sobre os motivos. Ela reconhece o esforço de quem trabalha no local: percebe que os guichês estão sempre funcionando. Mas tem a sensação de que o número de pessoas que precisam de atendimento aumentou. 

Sempre que tem de ir até o local, sua rotina fica comprometida. Ela trabalha eventualmente cozinhando na casa de clientes. Mas, no dia de retirar a medicação, sabe que não pode marcar nenhum compromisso. Além disso, conta, a espera na fila, sempre em pé, faz com que seu corpo fique bastante dolorido. Explica ainda que, assim como ela, há muitos usuários que buscam seus próprios remédios. Geralmente, são pessoas com algum problema de saúde que enfrentam a fila longa e demorada.

– Tem gente com bolsa de colostomia que precisa aguardar esse mesmo tempo na fila. Pessoas com cadeira de rodas também. Se chove, fica ainda mais complicado – destaca a cozinheira.

Cláudia explica que há duas filas. Uma é para pessoas que pretendem retirar remédios. A outra é para demandas administrativas, como renovação de pedidos de medicação. No caso da cozinheira, a entrega da documentação para renovar o pedido ocorre semestralmente. A última foi em dezembro de 2021. Ela conta que, na ocasião, ficou aguardando das 9h às 14h30min para ser atendida. 

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Estrutura

Outra reclamação que faz é sobre a estrutura do local. Afirma já ter visto idosos tropeçarem na área interna da Farmácia.

– É um lugar que atende muitas pessoas doentes. O certo seria ter uma estrutura melhor – opina.

Transferência da gestão está em processo de transição

A reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Porto Alegre e com a Secretaria Estadual de Saúde (SES). Em nota, a SMS afirma que a transferência de gestão da Farmácia de Medicamentos Especiais do governo do Estado para o município de Porto Alegre encontra-se “em processo de transição. Neste primeiro momento, a operação do local ainda é feita pela SES/RS”, diz a nota.

Além disso, a SMS reforça que está se “apropriando dos fluxos de trabalho no local para colocar em operação um projeto que irá qualificar o atendimento dos usuários”. Por fim, a pasta alega que a prefeitura reconhece que as instalações atuais não são adequadas para o atendimento ao público e, por isso, pretende transferir a sede para um prédio térreo na Avenida João Pessoa, “local de grande fluxo de pessoas e de fácil acesso. Esta compreende a primeira etapa do projeto de municipalização do serviço, e a previsão é que ocorra até o fim de 2022”. 

Já a assessoria de imprensa da SES confirmou a nota da SMS e afirmou, ainda, que “o serviço encontra-se em processo de transição visando qualificar o atendimento aos usuários. O governo do Estado tem contribuído e assessorado tecnicamente o município nesse processo”.

Produção: Kênia Fialho


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