Papo Reto
Manoel Soares celebra um mês de Bombou
Colunista escreve no Diário Gaúcho aos sábados
Essa semana o Bombou, projeto de comunicação que comecei na internet, completou um mês de vida. Depois de mais de 20 anos em televisão, mudar assim pode parecer maluquice, mas teve alguns impactos em minha vida que vocês não imaginam. Para terem uma ideia, meu filho de quatro anos, que é autista e não falava, depois que aumentamos nossa convivência, começou a verbalizar. Dedicar mais tempo a eles me fez um cara mais atento aos detalhes da família.
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Sempre fui apaixonado pelo meu trabalho, mas estou me dando conta de que ele ocupava um lugar excessivo em minha vida. Para vocês terem uma ideia, em mais de 18 anos de convivência, eu e minha esposa nunca viajamos juntos. Sempre tinha algo importante a ser feito, alguma cobertura que não poderia esperar, uma reportagem em andamento. A culpa não era do meu trabalho, mas de meu desequilíbrio, e hoje entendo isso.
Tão importante como levar arroz e feijão para dentro de casa é ter tempo e qualidade. Somos filhos de uma geração que acredita que se você não trabalha você não é útil, mas a maturidade mostra que quando estamos mais felizes, produzimos melhor ainda. Hoje tenho uma prova disso, em 30 dias de existência o Bombou chegou a 11 milhões de pessoas. É como se uma população cinco vezes maior que a de Porto Alegre nos ouvisse, isso em 30 dias. Para mim, é motivo de muita alegria e a prova de que o equilíbrio é o caminho. Estou muito feliz.