Nesta semana, vasculhando a internet, assisti a um vídeo do ator espanhol Javier Bardem, que é casado com a atriz Penélope Cruz. No vídeo, um repórter pergunta a ele como é ser o único homem que sente prazer ao trabalhar com a própria esposa. A resposta de Bardem foi: “Essa pergunta é uma grande falta de respeito”. 

Entendo a indignação dele, chega a ser agressiva a forma como a maioria das pessoas se refere ao casamento e à convivência dos maridos com as esposas. Tratar a convivência com a esposa como sacrifício ou dizer que sair sozinho é fuga reflete como somos machistas. Afinal, se conviver com a esposa é tão complicado assim, esses amigos deveriam casar com outro homem, com certeza a “chatice” da mulher não vai mais ser um problema. 

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Quem reclama muito das suas companheiras precisa avaliar de fato se não existe uma homoafetividade como pano de fundo. E se existir, precisa ter maturidade para viver as experiências sem preconceito ou traumas. Mas ficar reprimindo os sentimentos e atacando as esposas com piadas babacas é comportamento de adolescente indeciso. Quem transforma o casamento em um espaço de “guerra dos sexos” não tem criatividade de fazer a pessoa ao seu lado feliz. 

Cabe às mulheres também colocar os homens idiotas em seus lugares quando o respeito não se fizer presente. Quem tolera pequenas agressões fica indefeso para agressões maiores. Quem precisa pôr limite na forma como é tratado somos nós. Esperar pela consciência do outro é plantar laranja e querer colher mamão.