Consumo
Porto Alegre segue com a cesta básica mais cara do país em agosto, aponta Dieese
Conjunto de alimentos teve queda de 2% no valor de acordo com levantamento mensal do Dieese, mas lidera entre as 17 capitais pesquisadas
Puxada pelas quedas expressivas da batata e do tomate, a cesta básica de Porto Alegre ficou 2,13% mais barata em agosto, na comparação com o mês anterior. Os dados constam no levantamento divulgado nesta quarta-feira (6) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). No ano, a cesta acumula queda de 0,63%, enquanto em 12 meses, o acumulado aponta aumento de 1,67%.
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Além da batata e do tomate, outros alimentos que tiveram queda no valor foram arroz, feijão, leite e café. No total, dos 13 itens que compõem a pesquisa conduzida pelo Dieese em 17 capitais do país, quatro tiveram alta de preço e outros nove apresentaram deflação em Porto Alegre.
Com isso, a cesta básica da Capital fechou agosto custando R$ 760,59, valor mais alto registrado no país entre os locais pesquisados. A segunda colocação ficou com São Paulo, onde o conjunto ficou em R$ 748,47. A cesta mais barata está em Aracaju, custando R$ 542,67.
Motivos para altas e baixas
Segundo o relatório do Dieese, apesar da queda no valor da batata, que recuou 19,51% na Capital em agosto, o acumulado dos últimos 12 meses ainda é de inflação: 25,17%. Para o departamento, "a colheita da safra de inverno abasteceu o mercado e é responsável pela diminuição dos valores no varejo".
A segunda maior deflação foi do tomate, com variação de -11,19%. Ainda assim, em 12 meses o tomate tem uma alta impressionante acumulada: 47,5%. No documento, o Dieese aponta que "os períodos de calor intenso, em agosto, fizeram com que o fruto maturasse mais cedo, aumentando a oferta e reduzindo os preços na maior parte dos centros de varejo".
Entre as altas, a menor foi da carne bovina: 0,65%. O alimento tem mantido preço estável, no ano a variação é de 0,80%, enquanto nos últimos 12 meses acumula queda de 1,53%. Conforme o Dieese apontou em sua pesquisa mensal, "a queda no volume exportado de carne ocorreu devido ao cenário econômico de alguns países — com inflação e elevação dos juros e devido à normalização da produção de alimentos", por isso, "internamente, os preços diminuíram devido à maior oferta e à demanda enfraquecida".
O estudo do Dieese ainda pontua quanto do salário mínimo é comprometido para compra da cesta básica. E quando seria o salário necessário para uma família brasileira. Em agosto, o percentual do salário mínimo líquido para compra dos produtos da cesta ficou 62,29%. E o valor mínimo necessário para uma família deveria ser de R$ 6.389,72. O que representa 4,84 vezes o mínimo atual, de R$ 1.320.