Depois de sete meses esperando a retirada de uma árvore com risco de queda da frente da sua casa, a higienizadora Aline Aires, 40 anos, viu o vegetal tombar sobre sua residência, no bairro Aparício Borges, na Capital. A queda aconteceu durante o ciclone da madrugada de 26 de setembro, quando a árvore não aguentou a força do temporal. 

O portão ficou destruído, e parte do telhado e parede também foram danificados. Porém, o prejuízo maior foi no carro da família, que o marido de Aline, vendedor de produtos de limpeza, usa para trabalhar diariamente: com a retirada da árvore de cima do veículo, foi possível ver que duas janelas acabaram quebradas. A família acabou arcando com os custos de cerca de R$ 800 do conserto para que, depois de uma semana parado, o homem pudesse voltar às vendas. 

Poda 

Foram abertos quatro protocolos de pedido de poda junto à prefeitura de Porto Alegre desde abril deste ano, todos sem resposta. Quando um dos galhos da árvore caiu, quem o recolheu foi o Corpo de Bombeiros, chamado por Aline, mas o corte pela raiz não pôde ser feito porque não é competência dos bombeiros. 

– Um vizinho botou fogo na árvore para tentar tirar um enxame de abelhas, foi isso que causou a queda (do galho). Aí (os bombeiros) vieram, e as abelhas saíram. Mas eles disseram que não podiam cortar, que tinha que ser a prefeitura, então, que eu continuasse chamando e abrindo protocolos – lembra Aline. 

Felizmente, a imobiliária fez os reparos na casa alugada onde Aline e a família vivem, e o imóvel não foi tão afetado. Segundo a higienizadora, a árvore tombou ao lado do quarto do casal, mas só a cabeceira da cama foi danificada. 

Mesmo tendo o gasto com o conserto do carro, ela explica que não vai tentar ser ressarcida judicialmente pela prefeitura. 

– É muita burocracia, demora muito e não temos disponibilidade de tempo para ir atrás disso – lamenta. 

Não conseguiu atender ao pedido a tempo 

A Secretaria de Serviços Urbanos (SMSUrb) informa que foi feito o laudo técnico para a retirada da árvore em frente a casa de Aline, mas que não conseguiu atender o pedido a tempo. 

A pasta ainda destaca que todos os protocolos abertos pelo canal 156 da prefeitura têm um prazo de até 90 dias para serem executados após a emissão do laudo. 

A SMSUrb completa que “todo cidadão ou pessoa jurídica pode solicitar ao município indenização administrativa em caso de danos causados pelos órgãos da Administração Municipal. Os pedidos são analisados pela Câmara de Indenizações Administrativas da Central de Conciliação, da Procuradoria-Geral do Município”. 

Mais informações podem ser conferidas no site prefeitura.poa.br/carta-de-servicos/indenizacoes-administrativas

Produção: Caroline Fraga