Hoje é o Dia da Favela, uma data que nasce no Rio de Janeiro, mas que se espalhou por todo o Brasil. Poucas pessoas sabem que favela é uma planta e que ela foi o grande símbolo da Revolta de Canudos, liderada por Antônio Conselheiro. O morro onde os soldados em 1896 se posicionaram para atacar Canudos e acabar com a revolta era coberto dessa planta espinhosa, que sobrevivia ao calor intenso e a agressividade na guerra. 

Com o fim da revolta e o fim de Canudos, os soldados voltaram para o Rio de Janeiro para receber a recompensa prometida pelo exército, os famosos soldos. Porém, foram ludibriados e resolveram se instalar em um morro próximo aos quartéis para que pudessem fazer pressão. Esse local era o Morro da Providência e ficou conhecido como a primeira favela brasileira. E a partir daí favela virou símbolo de resistência e luta pelo que lhe é de direito. 

Hoje, muitas pessoas consideram a palavra favela uma ofensa, tratam como se ela fosse sinônimo de pobreza, miséria ou tristeza, mas não é isso. Nunca foi. Tratar a favela como algo ruim é a forma que muitas pessoas da elite tiram o orgulho que temos de nossas origens. 

Assim como quem nasce no “campo”, por mais que viva na cidade, tem orgulho de suas origens e do que a vida campeira ensina. Nós temos a mesma relação com a favela. Esse dia é para celebrar as conquistas diárias de quem é favelado e não desiste nunca. Sem favela não existiria Rio Grande do Sul, pois as mãos dos favelados mantêm o estado de pé. Viva nossas favelas.