Especial
Sandy: transição bem-sucedida
Cantora apareceu para o país ainda pequena, quando fazia dupla com o irmão, Junior. Estrelou série na Globo, terminou a dupla, mas segue uma carreira solo de sucesso.
Cresceu diante de holofotes
Referência bem-sucedida de criança que cresceu diante dos holofotes, Sandy tem boas lembranças do período em que surgiu para o estrelato, aos sete anos, quando formou a dupla que encantou o Brasil com o irmão, Junior. Filha de um dos grandes nomes do sertanejo no país, Xororó, da dupla com Chitãozinho, a cantora, 34 anos, acha que os pais conduziram bem o seu desenvolvimento como criança e a trajetória profissional.
– Eu tive uma infância saudável. Meus pais (Xororó e Noely) preservaram ao máximo esta fase, não deixamos de estudar em nenhum momento. Lembro que muitos artistas mirins não conseguiam cumprir a carga escolar normal e tinham que fazer aula particular – conta Sandy em entrevista por telefone, de Campinas, em São Paulo, onde mora.
Segundo ela, em casa, nem se cogitava a possibilidade de os dois estudarem em turnos inversos às aulas regulares em função de shows.
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Como hobby
Aliás, a cantora faz coro a um ponto destacado pela psicóloga Francielli: a importância de a criança ser tratada de igual para igual em relação aos amigos, para ter uma infância saudável, mesmo que seja uma estrela.
– Tive uma infância feliz, não queria ser um ET para os meus amigos. Depois, fiz faculdade (de Letras). E até não precisava, né? Já tinha uma profissão, era cantora. Sempre gostei de preservar a minha vida pessoal. Ficou só coisa boa daquela época, eu encarava com seriedade e responsabilidade – afirma a cantora.
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Questionada se ter esta responsabilidade tão cedo não poderia ter sido prejudicial, como já alertou a terapeuta, ela é convicta na resposta. Mas doce do jeito Sandy de ser:
– Eu também gostava muito. É como se a minha profissão fosse o hobby de que eu mais gostava.
De mãe para filho
Filha, sobrinha, irmã e mulher de artistas, a cantora teria todos os motivos para incentivar o herdeiro a seguir carreira, certo? Errado: quando o assunto é o filho Theo, três anos, fruto da sua união com o músico gaúcho Lucas Lima, ela reconhece a musicalidade e o talento do pequeno. Porém, não pretende estimulá-lo na vida artística.
– Ele gosta, vou incentivá-lo a fazer aula de música, mas só como hobby. Claro que, se ele quiser muito, se eu perceber que tem talento, vou apoiá-lo. Mas, sinceramente, espero que não siga – revela a cantora, que nunca expõe Theo em fotos nem nas suas redes sociais.
Para Sandy, a carreira que ela e o irmão tiveram foge à curva.
– Eu tive muitas portas abertas por causa do meu pai, mas também o lado ruim, da cobrança por ser filha dele. A gente teve sorte de fazer sucesso, era outra época. Não é sempre assim. Não, necessariamente, a história pode se repetir – argumenta.
Mas, caso Theo queira seguir a carreira musical, a mãe garante que repetirá com o filho a orientação recebida dos pais:
– Me espelho muito neles. Filho não vem com manual, a gente faz tudo com a melhor intenção. Mas é importante repetir o que deu certo. Estou tentando, fazendo um bom trabalho com o Theo (risos).
Da dupla ao voo solo
– Em 1990, Sandy & Junior surgiam. Com o apelo de serem sobrinhos de Chitãozinho e filhos de Xororó, formando uma dupla diferente dos padrões da época - crianças cantando um misto de sertanejo com música romântica -, eles caíram no gosto do público.
– O primeiro disco saiu em 1991, Aniversário do Tatu. Logo, teve um hit estrondoso: Maria Chiquinha. Depois, vieram outros como A Resposta da Mariquinha, Era Uma Vez, Imortal e Olha o Que o Amor Faz, os últimos três na fase adolescente, em álbuns com milhões de cópias vendidas.
– Entre 1999 e 2002, a dupla brilhou na TV Globo, com a série Sandy & Junior e a sua estreia como atores. A cantora ainda atuou na novela Estrela Guia (2001) e em filmes como O Noviço Rebelde (1997) e Acquária (2003).
– Depois de 17 anos, a dupla de sucesso chegou ao fim em 2007. Os irmãos seguiram voos solos.
– Reconhecida como voz da MPB, Sandy vem lotando seus shows. Em Porto Alegre, em 2016, e, agora, em julho, se apresentou em espetáculos que tiveram ingressos esgotados.