Piquetchê do DG
Das domas para a internet: a história de João Cabral
Em momento de dificuldades em sua vida, domador passou a gravar vídeos com mensagens positivas, que fazem sucesso nas redes sociais.
Natural de Bagé, mas morando em Joinville, Santa Catarina, há doze anos, João Francisco Cabral Campos, hoje com 39 anos, começou a carreira como boa parte dos jovens que querem seguir carreira na música gaudéria: tocando em grupos de baile de sua cidade, ainda na adolescência. Porém, a relação com os cavalos, que havia começado na infância, acabou tomando conta de sua vida e deixando a música para trás.
- Cresci nas estâncias em Bagé. Com 10 anos, montei no meu primeiro potro, dali pra frente, fui aprendendo. Domei meu primeiro potro aos 12 anos. Ali, começou minha história com eles, mais especificamente com a doma e com o treinamento, minha paixão - relembra João.
Tudo ia bem na vida de João Cabral, como ficou conhecido, até que, há cerca de um ano e meio, ele teve problemas financeiros no trabalho, e entrou em uma fase difícil da vida.
- Eu estava numa situação muito ruim, complicada, pensando em parar com tudo. Como eu sempre fui muito católico e sempre tive muita fá em Deus, resolvi começar a fazer alguns vídeos, para falar de coisas do dia a dia, passar boas mensagens para as pessoas. E esses vídeos tiveram repercussão, as pessoas começaram a comentar- lembra João.
Coach gaudério
Surgia ali, em 2019, uma versão "coach gaudério" do João Cabral, que passou a fazer sucesso, em vídeos no YouTube e no Facebook. Dois deles, Aparências, com mais de quatro milhões de visualizações e a Lição da Lapiseira, com mais de um milhão, são alguns dos que mais fizeram sucesso, e incentivaram João a seguir em frente.
- Comecei a melhorar e ver que aquilo me fazia bem, me recuperei do que estava passando e não parei de fazer mais os vídeos. Hoje, faço vários tipos de vídeo, sempre voltado para a luta do dia a dia, para que as pessoas se alegrem com o que tem, que não queiram mais. Às vezes, mais é menos. Não faço vídeo polêmico, não falo de ninguém. E, claro, falo do cavalo que é meu trabalho - afirma João.
Nos próximos meses, estimulados pelos fãs, ele deve lançar um documentário, batizado de Galpão da Estância - Origens.
- Inclusive, o segundo potro que domei, quando era criança, está vivo até hoje, e ele aparecerá no documentário. A ideia do documentário é mostrar o lugar de onde venho, as estâncias de Bagé, e as lições que aprendi. A ideia é buscar as minhas origens, mostrando a imagem do homem do campo- finaliza.