Piquetchê do DG
"Não queremos ser os transmissores do coronavírus nesse momento", diz vice-presidente do MTG, sobre retomada de eventos
Cercadas de cuidados, atividades como gineteada e tiro de laço retornarão em outubro
Com a liberação pelo governo do Estado, na semana passada, da retomada de atividades e provas campeiras, como tiro de laço e gineteada, a expectativa, agora, é grande na comunidade que aprecia os eventos, tradicionais da cultura gaúcha. A liberação, a partir de 1º de outubro, vale somente para regiões com bandeiras amarela ou laranja no modelo de distanciamento controlado. Para os casos de bandeira vermelha, esse tipo de atividade não é permitido. Porém, com o novo modelo de cogestão, regiões com esse nível de risco podem adotar medidas da bandeira anterior (laranja) se houver aprovação de dois terços dos prefeitos.
Conforme o vice-presidente campeiro do Movimento Tradicionalista Gaúcho, Adriano Pacheco, o MTG está preocupado com a situação das entidades filiadas e pessoas que têm nesses eventos uma fonte de emprego e renda.
-São mais de 1700 entidades filiadas ao MTG, que tem nesses eventos a única forma de honrar suas despesas fixas. Nossos protocolos foram bem aceitos e estamos trabalhando em uma cartilha, para informar nossos coordenadores, que repassarão essas informações para as entidades - explica Adriano.
Cuidados especiais
No documento que a entidade apresentou ao governo do Estado, o MTG argumenta que as atividades campeiras são realizadas em ambiente aberto e sem contato físico entre os participantes, garantindo-se um distanciamento de até dois metros. O documento apresenta várias medidas de prevenção à transmissão do coronavírus, como uso de máscara, álcool em gel, medição de temperatura e identificação com pulseira dos participantes que estão aptos a participar.
- Temos muita responsabilidade neste recomeço, pois não queremos ser os transmissores do coronavírus nesse momento - pontua Adriano.
Diretor do Departamento de Narradores do MTG, o narrador Ricardo Favin destaca a importância da retomada, lembrando que boa parte dos narradores de rodeios vive exclusivamente daquela renda.
- Vejo essa retomada como positivo, mas todos terão que se reinventar. Não é só o rodeio que se adaptou, é a humanidade que se adaptou. É um momento importante. Claro que teremos menos rodeios, em um primeiro momento. Mas não estaremos parados - observa.