Polícia



Boletim de ocorrência - Arquivo do Crime

Renato Dornelles: Os Bicudos 20 anos depois

20/06/2015 - 07h04min

Atualizada em: 20/06/2015 - 07h04min


Três prisões realizadas pela Delegacia de Homicídios de Canoas nesta semana chamaram a atenção para um fenômeno ao mesmo tempo curioso e preocupante. Os irmãos William e Adriano Peretti, capturados em São João do Sul (SC), e Jaider Torrão Júnior, preso em Canoas, são suspeitos de assassinatos.

Até aí, nada de anormal. O surpreendente é que eles fazem parte da Gangue dos Bicudos, que atua há mais de 20 anos no Bairro Rio Branco, em Canoas.

Renato Dornelles: Melara, mestre e trapalhão

O fundador do bando ganhou notoriedade por ações ousadas. Carlos Jefferson Souza dos Santos, o Bicudo, 23 anos, envolveu-se cedo com o crime e não viveu muito. Aos 16 anos, em 1987, foi preso (no período pré-Estatuto da Criança e do Adolescente era assim que se chamava) por liderar uma quadrilha de arrombadores. No ano seguinte, participou de um ladrocínio, de um assalto com refém a uma videolocadora e liderou um motim na antiga Febem.

Renato Dornelles: O fujão e a panela

Mas Bicudo ganhou as manchetes do mundo crime quando tinha 23 anos, em 1994. Em julho daquele ano, foi um dos líderes do maior motim já ocorrido no sistema penitenciário gaúcho, do qual participou Dilonei Francisco Melara e que culminou na invasão do Hotel Plaza São Rafael, no Centro da Capital. Dias depois do motim, ele foi morto durante perseguição pela Brigada Militar, após ter assaltado um banco.

VÍDEO: motociclista ajuda polícia a capturar ladrão que fugia de bicicleta

Bicudo morreu, mas ficou a semente. Tanto que a quadrilha criado por ele se manteve ativa na mesma base territorial, por mais de 20 anos. Renovaram-se os integrantes, mas o bando foi mantido. Mais uma prova de que, equivocadamente, combate-se apenas os criminosos (que morrem ou são presos e logo substituídos), sem atacar o crime.


MAIS SOBRE

Últimas Notícias