Polícia



Guerra do tráfico

Morte de jovem foi o estopim do conflito entre facções na Zona Leste de Porto Alegre

Jovem de 18 anos, sem histórico criminal, foi executado na Vila Jardim no começo do mês. Morte é encarada como o estopim para série de assassinatos dos últimos dias

30/01/2016 - 11h01min

Atualizada em: 30/01/2016 - 11h01min


Reprodução / Arquivo Pessoal
Leo foi morto na manhã do dia 3, na Vila Jardim

O estopim da guerra entre traficantes que neste começo de ano tornou reféns os moradores dos bairros Vila Jardim e Bom Jesus teria acontecido uma semana antes dos confrontos recrudescerem na região. Vitimou um jovem de apenas 18 anos.

Leonardo Pereira dos Santos, conhecido como Leo Samuka, foi executado com mais de 10 tiros de pistola .380 quando, supostamente, caminhava para a casa de familiares na Rua São Gabriel, Vila Jardim. Eram por volta de 6h do dia 3 de janeiro, um domingo.

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Foi a partir desse crime que o tom de ameaças, e também de lamentação de jovens, tornou-se evidente nas redes sociais. Até mesmo um funk em sua homenagem, criado pelo MC Dodo, foi divulgado na internet. Na letra, fica evidente o início da guerra.

ÁUDIO: Escute o funk que deixa claro o início da guerra do tráfico


- O menino não tinha envolvimento com a criminalidade, era trabalhador. Pode ter sido morto simplesmente por conviver com pessoas ligadas a um dos grupos que traficam na região - diz o delegado Adriano Melgaço, que investiga o caso pela 5ª DHPP.

Testemunhas afirmam que ele teria proximidade com jovens ligados aos Bala na Cara, que teriam jurado vingança. Algo que, acredita o delegado, pode ter sido apenas um pretexto para o real interesse de entrar em confronto com os rivais da Vila Jardim.

Guerra do tráfico na Zona Leste de Porto Alegre mata um por dia em janeiro

- O que está em jogo são os negócios das quadrilhas, os pontos de tráfico. As mortes de lado a lado motivam, mas não justificam por si só todos os ataques - acrescenta.

Um amigo do Leo Samuka, que prefere não ser identificado, lembra que rapaz teria sido ameaçado se voltasse a circular no trecho da Vila Jardim junto à Avenida Protásio Alves. Naquele dia, porém, ele esperava furar o bloqueio para visitar seus familiares.

O crime aconteceu a poucos metros de onde, na noite da última quarta, o adolescente Vitor Vasconcellos da Silva, 15 anos, foi também morto com diversos disparos. A polícia ainda apura de qual dos lados da guerra teriam partido os tiros que o mataram.

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