Polícia



Família assassinada

MP denuncia pai de bebê como executor de chacina na Capital 

Policial militar aposentado de 52 anos foi denunciado por cinco homicídios qualificados e por alterar a cena do crime

25/07/2016 - 17h52min

Atualizada em: 25/07/2016 - 19h52min


Schirlei Alves
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O Ministério Público denunciou o policial militar Ronaldo dos Santos, de 52 anos, como executor da chacina que dizimou cinco pessoas da mesma família, incluindo o próprio filho dele recém-nascido, na Zona Norte de Porto Alegre.

O subtenente aposentado de Tubarão (SC) foi denunciado por cinco homicídios qualificados e por alterar a cena do crime. A denúncia assinada pela promotora Sonia Mensch foi entregue à 2ª Vara do Júri na tarde desta segunda-feira.

A chacina foi descoberta uma semana após o crime, em 2 de junho, quando os corpos já estavam em estado avançado de decomposição. Lourdes Felipe, 64 anos, seus filhos Walmyr Felipe Figueiró, 29, e Luciane Felipe Figueiró, 32, e os netos João Pedro Figueiró, cinco anos, e Miguel, de um mês, foram assassinados dentro de casa, na rua José Marcelino Martins, Bairro Itu-Sabará.

Quatro das vítimas foram executadas com um tiro de revólver calibre 22 na cabeça. A perícia concluiu que o recém-nascido morreu asfixiado sob o corpo da mãe.

Com relação ao homicídio de Luciane, que era mãe do bebê, o MP qualificou o crime por motivo torpe e por dificultar a defesa da vítima.

Para o crime cometido contra o filho, as qualificadores são: motivo torpe, meio cruel e por impossibilitar a defesa da vítima, com o agravante de que era menor de 14 anos e descendente.

No caso da mãe de Luciane, do irmão e do outro filho menor, o MP entendeu que os crimes foram cometidos para assegurar a impunidade sobre os primeiros assassinatos, além de ter impedido a defesa das vítimas.

Lourdes Felipe (E), 64 anos, e a filha Luciane Felipe Figueiró, 32 anos

Bebê indesejado

Após ouvir cerca de 60 pessoas em Tubarão, cidade de origem do suspeito e da família, e prender três parentes das vítimas como suspeitas de envolvimento no crime, a polícia concluiu que o bebê foi o motivo da tragédia.

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Ronaldo que namorava uma prima de Luciane no município de SC, acabou se relacionando com ela em uma de suas passagens pela cidade.

Morte planejada

A chegada do bebê teria alterado os ânimos de Ronaldo que supostamente não queria revelar a paternidade. Testemunhas afirmaram à polícia que ele teria oferecido dinheiro aos familiares e arquitetado planos para tentar eliminar Luciane e o bebê.

As ideias maquiavélicas supostamente incluíam envenenar o recém-nascido e simular um acidente ou assalto ao carro da família.

O PM também é acusado de tentar subornar uma funcionária do laboratório onde foi realizado o exame de DNA. Ronaldo continua preso no Presídio Militar de Porto Alegre desde 9 de junho.

Ele ainda não tem defesa constituída, mas negou participação no crime em depoimento à polícia.

Dos três familiares das vítimas que foram presos temporariamente no dia 11 de julho, um deles ainda continua detido. O homem que seria próximo ao policial teve a prisão temporária prorrogada.



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