Espaço do Trabalhador
Candidatos enfrentam a maior concorrência por vagas de trabalho em três anos
Mercado de trabalho está gerando menos vagas, enquanto a procura por emprego segue em alta, de acordo com levantamento feito pela Catho-Fipe
O número de vagas de emprego abertas no Brasil caiu 14,1% em junho de 2015, em relação a junho de 2014. Com isso, o país completa um ano seguido de queda no ritmo de abertura de vagas, de acordo com levantamento feito pela Catho em parceira com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Parte da piora observada na taxa de desemprego do país pode ser explicada pela redução da abertura de vagas de trabalho, segundo a pesquisa. Os indicadores do mercado de trabalho Catho-Fipe são um conjunto de informações sobre o comportamento e tendências de emprego no Brasil, atualizados mensalmente.
A taxa de novas vagas também voltou a mostrar queda com relação ao mês anterior. Em maio, o índice atingiu 179 pontos, 10 pontos a menos do que em abril. Com isso, a taxa de novas vagas já se encontra no menor patamar registrado pela Catho-Fipe desde fevereiro de 2012.
Quando comparado o ritmo de abertura de vagas com o aumento no número de pessoas que dizem estar procurando emprego, o desaquecimento do mercado torna-se ainda mais claro, explicam os especialistas.
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O índice de vagas por candidato continuou em queda em maio, atingindo agora 361 pontos e ficando 27,2% abaixo do valor registrado em maio de 2014. Trata-se da maior queda no período de 12 meses observada desde a crise financeira de 2008-2009, o que mostra que nos últimos meses o trabalhador vem enfrentando cada vez mais concorrência na busca por emprego.
A Catho e a Fipe construíram um índice de busca por trabalho feito com dados de novas vagas de emprego ofertadas na Catho. Em junho, o indicador mostrou queda de 14,1% no número de novas vagas abertas na economia com relação ao mesmo período do ano anterior. Com isso, o indicador completou um ano mostrando resultados negativos na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o que deixa claro que parte da piora recente do mercado de trabalho vem de um menor volume de vagas sendo criadas.
O índice de novas vagas em emprego (gráfico acima), medida de quantas vagas por trabalhador em potencial existem na economia brasileira, aponta que, em maio de 2015, a taxa de novas vacâncias atingiu o valor de 179, ficando 5,3% abaixo do resultado registrado em abril (189) e 15,4% abaixo do resultado de maio de 2014. Esse é o menor valor de taxa de novas vagas desde fevereiro de 2012.
Outro indicador relevante para o monitoramento do mercado de trabalho é a razão entre as vagas de emprego e o número de candidatos em um determinado ponto (gráfico abaixo). Tal razão serve como uma medida resumo da pressão do mercado de trabalho: valores altos nessa razão significam que o trabalhador tem muito poder de barganha na negociação salarial, com o contrário acontecendo quando essa razão está baixa.
Como tal, deve-se esperar uma boa correlação entre movimentos nessa razão e nos indicadores de custos e salários da economia. O indicador é montado por meio da divisão do índice de novas vagas de emprego por dados da procura por emprego da pesquisa mensal de emprego (PME) do IBGE.
Em maio de 2015, o indicador atingiu 361 pontos, ou seja, temos 3,61 vezes mais vagas em aberto por candidato na economia brasileira do que existia em janeiro de 2004.
Isso sinaliza que o poder de barganha do trabalhador é muito maior agora do que era há 11 anos, o que é consistente com o movimento de queda na taxa de desemprego que presenciamos ao longo desse tempo.
Ainda assim é importante notar que, desde o começo de 2014, o indicador Catho-Fipe de vagas por candidato começou a mostrar seguidas quedas. Houve queda de 27,2% quando comparamos o resultado de hoje com maio de 2014, sendo esse o pior resultado nesse tipo de comparação que temos desde a crise de 2008-2009.
Esse resultado sinaliza que o poder de barganha do trabalhador, apesar de ter crescido desde 2004, encontra-se em queda acentuada nos últimos meses.
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