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Sedentarismo

Viver parado faz mal para a saúde

Falta de exercícios físicos provoca males que matam tanto quanto o tabagismo, segundo apontou um estudo internacional

06/08/2012 - 07h00min

Atualizada em: 06/08/2012 - 07h00min


Irenice Franke e Carlos Gigante usam os equipamentos da Redenção, em Porto Alegre

Deixar a preguiça vencer, ficar parado, sem exercitar o corpo, pode ser tão perigoso para a saúde quanto acender um cigarro.

De acordo com um estudo internacional, coordenado pelo gaúcho Pedro Hallal, do Centro de Estudos Epidemiológicos da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), o sedentarismo é responsável por uma em cada dez mortes em todo o mundo (por doenças cardíacas, diabetes e câncer de mama e do cólon, entre outros problemas) - índice comparável ao impacto do tabagismo.

Caminhada de 20 minutos

O coordenador do curso de Educação Física da Unisinos, Cláudio Augusto Silva Gutierrez, ressalta que o exercício físico é um grande aliado na redução da incidência dessas doenças. Identificar o sedentário não é difícil: se a pessoa fica ofegante ao realizar tarefas comuns do dia a dia (na subida de uma escada, por exemplo), não controla o peso, tem pouca mobilidade, isso indica que ela tem pouca aptidão física. Para deixar essa vida, é necessário praticar atividade física regular e contínua - não necessariamente matricular-se numa academia:

- A pessoa pode descer duas paradas antes e fazer o trajeto a pé - exemplifica o professor.

Para ser considerado ativo, a caminhada deve durar pelo menos 20 minutos (em ritmo acelerado, com calçado confortável) e ser diária. Trocar o elevador pela escada e outras pequenas caminhadas somadas ao longo do dia também valem como gasto de energia.

Sono mais tranquilo

Como benefícios da prática de exercícios, o professor cita o autocuidado, controle do peso, melhoria na disposição para os desafios da rotina, sono mais tranquilo, motivação para estilo de vida mais saudável (quem se exercita tem mais vontade de cuidar da alimentação, por exemplo), além do descargo da agressividade.

Nem a chuva impede a caminhada

Só caindo pedras no lugar da chuva para o casal de advogados Irenice Franke, 61 anos, e Carlos Gigante, 71 anos, abrir mão da caminhada que faz diariamente no Parque da Redenção. Um motiva o outro e eles utilizam também os equipamentos da academia para a terceira idade instalados no local.

- Se chover pedra, aí vamos caminhar no Ginásio Tesourinha. É muito bom, a gente se sente bem, ativo - comenta Carlos.

Irenice conta que o exercício físico virou rotina há 15 anos, quando chegou a aposentadoria. Antes, a falta de tempo não permitia o exercício com regularidade.

- O dia em que não caminho parece que não comi - revela Irenice.

Saiba mais

- O grupo de sedentários é formado por 1,5 bilhão de pessoas, o que representa 31,1% dos adultos. Entre 13 e 15 anos, 80% não atingem a recomendação de uma hora por dia de atividade física.

- No Brasil, 49,2% estão no patamar de inatividade física, o segundo pior índice das Américas, atrás apenas da Argentina (68,3%), e entre os piores índices do mundo.

- As mulheres (51,6%) são, em geral, mais sedentárias do que os homens (47,2%).

Inatividade física

- É não utilizar pelo menos 150 minutos por semana fazendo atividade física moderada (caminhada, por exemplo, em passo apressado, durante 30 minutos, cinco dias por semana), ou exercícios mais vigorosos por 20 minutos, três vezes por semana.

 


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