Capacete
A proteção ideal para cada cabeça
O ideal é encontrar o modelo adequado à atividade que você vai praticar, seja para usar na cidade, na estrada ou em competições
Tão importante quanto comprar uma motocicleta que se encaixa no seu perfil é acertar na opção do capacete. Principal item de segurança dos pilotos, o capacete é de uso obrigatório, e quem desrespeita a regra está sujeito a duras penalidades.
Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), conduzir a motocicleta sem capacete ou transportar carona que não utilize o equipamento é uma infração gravíssima, que resulta em multa de R$ 191,54, suspensão do direito de dirigir, sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e retenção do documento.
Mas de nada adianta comprar um capacete apenas para cumprir a lei. Escolher um de modelo e tamanho ideais para sua cabeça pode salvar sua vida em caso de acidentes. Além disso, também é importante saber utilizá-lo da forma certa. Conheça os tipos
mais comuns e descubra qual o mais indicado para você.
O tipo certo para seu estilo
Existem quatro tipos de capecete permitidos pela legislação: integrais, abertos, híbridos (articulados) e off-road.
O capacete conhecido como "coquinho" não atende às normas do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Os equipamentos regulamentados têm a sua parte interna protegida com uma camada espessa de isopor, espuma e tecido antialérgico, que permitem maior absorção do impacto em caso de queda.
Os "coquinhos" têm um sistema de retenção de baixa qualidade, que não oferece segurança ao piloto. Além disso, deixam praticamente toda a cabeça exposta aos insetos e pequenas pedrinhas que podem aparecer no caminho do motociclista.
O condutor que usa este tipo de capacete está sujeito à multa. Veja abaixo os detalhes de cada tipo permitido e dicas para escolher o seu.
Fechado
Todo fechado é o que oferece mais resistência e proteção ao piloto. É a melhor opção para qualquer tipo de uso, seja para rodar na cidade ou para viajar. Por ser fechado, é mais quente nos dias de calor, mas a maioria possui entradas de ar. O preço, do mais simples ao de última geração, varia entre R$ 50 e R$ 3 mil.
Aberto
Esse modelo não tem proteção para o queixo, o que reduz muito o nível de segurança para o piloto. Alguns, mais baratos, podem vir sem viseira, o que obriga a utilização de óculos de proteção especiais. São recomendados apenas para trajetos curtos, a pouca velocidade. Custa entre R$ 80 e R$ 600
Off-road
São feitos para esportes como o motocross e trilhas. Têm formato próprio e proteção contra pedras, lama e poeira. A maioria não tem viseira. Para serem usados na cidade e em rodovias, é preciso adquirir óculos de proteção especiais.
O capacete custa entre R$ 140 e R$ 800, e os óculos entre R$ 30 e R$ 300.
Híbrido (articulado)
A principal vantagem desse modelo é a possibilidade de deslocar para cima a parte do queixo. São práticos em viagens longas, pois permitem respirar melhor nas paradas, sem precisar tirar o capacete. É o modelo mais adequado para quem usa óculos de grau. Custa entre R$ 250 e R$ 2 mil.
Conforto também é importante
Além de escolher um capacete adequado para o seu estilo, é preciso levar em conta o conforto. Segundo o gerente de peças da concessionária Estação H, Felipe Grote, é obrigatório experimentar o equipamento para ter certeza que se adapta à sua cabeça.
- O ideal é ficar o mais justo possível sem apertar a testa. Na parte interna, tem que encostar nas bochechas, até porque o material sede - ensina.
Se estiver folgado, o capacete pode deslizar e prejudicar a visão. Também há risco de se soltar da cabeça em uma queda.
- Atenção à resistência do material
O capacete tem uma camada de isopor. Esse material pode alargar depois de algum período, que varia conforme o uso. O hábito de vesti-lo e tirá-lo várias vezes ao dia acelera essa compressão. Quando o capacete ficar largo, é hora de trocar.
Preste atenção ao material do casco. Equipamentos em fibras de vidro, carbono ou Kevlar suportam mais impacto. Os capacetes de plástico injetado são mais baratos, mas também são bem menos resistentes. Observe ainda o uso correto da cinta jugular.
- Deve ficar firme, junto ao queixo, permitindo o movimento da cabeça - explica Felipe.
Curiosidades
- Na maioria das vezes, o que mata o motociclista não é o impacto, mas a desaceleração brusca do acidente.
- Se em uma batida o capacete quebrar pela metade, é bom sinal, porque o impacto foi distribuído pelo equipamento.
- O peso do capacete fica entre 1,3kg e 1,7kg.
- O capacete se esforça para proteger o cérebro do motociclista, o órgão vital mais importante. Por isso, em acidentes, é comum o piloto quebrar o nariz, por exemplo.
- Por ser um equipamento de segurança, o capacete é isento de Imposto sobre Produto Industrializado (IPI).
Cuidados preservam a durabilidade
Medidas simples garantem a durabilidade do capacete. Tanto os foscos quanto os de casco em verniz devem ser limpos com um pano úmido. Alguns modelos têm forro removível, que deve ser lavado apenas com água e sabão neutro.
Hoje, a maioria das viseiras já vêm com tratamento antirrisco, mas algumas podem ficar arranhadas e foscas com o tempo. A peça pode ser trocada e custa 20% do valor do capacete, em média.
- Produtos mantêm viseira limpa
Muitos motociclistas reclamam da obrigatoriedade de usar a viseira sempre abaixada. Em dias chuvosos e úmidos, é comum que o acessório embasse. Para estes casos, existem alguns produtos líquidos para aplicar na superfície. O Anti-fog evita o embaçamento interno e o Clear Vision impede que água se acumule.
- Bem durável, mas não infinito
A lei não determina prazo de validade para os capacetes. A regra é o bom-senso de cada condutor. Após uma queda, porém, a troca é fundamental.
- O equipamento é projetado para sofrer apenas um impacto - comenta Felipe Grote, gerente de peças da concessionária Estação H.
O que diz a lei
- Condutor e passageiro devem utilizar capacete com viseira.
- Equipamentos sem viseira devem ser usados com um óculos de proteção. Óculos de grau e de sol não valem.
- É proibido colocar película na viseira. À noite, o acessório deve ser transparente.
- As viseiras devem ser mantidas
sempre abaixadas.
- Adesivos refletivos nas laterais e parte traseira e selo do Inmetro são obrigatórios.
Penalidades
- Usar viseira irregular, capacete sem viseira ou sem óculos de proteção, ou falta de capacete, é uma infração gravíssima. A multa é de R$ 191,54, suspensão do direito de dirigir, sete pontos na CNH e recolhimento do documento.
- Falta do selo do Inmetro ou dos adesivos refletivos é infração grave, sujeito a multa de R$ 127,69, cinco pontos na CNH e retenção do veículo para regularização.