Escola Mariz e Barros
Impasse e obra parada em escola do Bairro Mario Quintana
Reforma de pavilhão foi iniciada sem que a Secretaria Estadual de Educação soubesse. Sem a assinatura da pasta, empresa contratada paralisou o serviço
Embora seja a responsável pelo prédio da Escola Estadual de Ensino Médio Mariz e Barros, na Vila Safira, Bairro Mario Quintana, a Secretaria Estadual da Educação (Seduc) diz desconhecer que há quase um mês teve início o serviço emergencial de recuperação da parte elétrica da brizoleta. Logo, ignora também a interrupção dos trabalhos no pavilhão, no qual, em abril, houve um princípio de incêndio.
- A empresa que fará a revisão completa do pavilhão ainda não está habilitada. Se teve alguma providência, eu não tenho conhecimento. Se alguém antecipou, foi à revelia do processo. Esse não é o procedimento - explica o diretor do Departamento Administrativo da Seduc, Claudio Sommacal.
Ainda que para a Seduc o processo esteja aguardando o recurso para a realização do empenho - o que permitirá a elaboração do contrato e assinatura da ordem de início -, a brizoleta já teve a antecipação de melhorias.
- Nas salas, foi trocada a instalação elétrica, colocaram forro e fizeram a pintura. Estava tudo indo bem. Mas, depois, a obra parou porque a secretaria não assinou os documentos. A comunidade já está começando a se esgotar - conta a diretora Sandra Regina de Aguiar.
Processo depende de liberação
A Secretaria Estadual de Obras Públicas (Sop) explica que a escola necessita de reforma emergencial, de acordo com solicitação da Seduc.
A 1ª Coordenadoria Regional de Obras Públicas (Crop) fez edital de coleta de preços de dispensa de licitações e, entre as cinco propostas recebidas, a escolhida para executar o serviço foi CSM Construtora Silveira Martins Ltda.
O valor é de R$ 400,52 mil, e o processo está atualmente na Seduc para liberação de recursos e contratação da empresa. Durante o processo, ocorreu o curto-circuito com princípio de incêndio.
A empresa que já havia sido escolhida para fazer a obra emergencial foi autorizada a iniciar os trabalhos pela parte elétrica - fez ainda a pintura e o telhado, mas foi orientada a cessar os trabalhos. Assim que a Seduc contratar, partirá da Sop a autorização para toda a obra. A Sop esclarece que, se a Seduc não contratar o serviço, essa parte da elétrica será paga por ressarcimento.
O que diz a construtora
O proprietário da CSM Construtora Silveira Martins Ltda, engenheiro Rogério Silveira Martins, explicou por que a obra foi paralisada.
- Não foi assinada a ordem de início. A Sop perguntou se eu me dispunha a resolver e, como já trabalhamos para o Estado, por minha conta e risco, coloquei meu pessoal na escola. Fiz a minha parte social. Mas, para investir de novo, só com a ordem de início assinada.
Brizoleta sem uso
Enquanto isso, a brizoleta com cinco salas de aula segue sem uso. Para acomodar dez turmas (cinco em cada turno), espaços como sala de vídeo, laboratórios de Ciências e Informática e biblioteca estão servindo de sala de aula improvisada. Já para duas turmas do quarto e quinto ano o prejuízo tem sido maior: 1h30min diária a menos de aula.
O engenheiro Rogério Silveira Martins afirma que, mesmo com a obra inacabada, o prédio pode ser utilizado pelos alunos e professores, pois "não há mais risco". No entanto, há materiais de construção dentro das salas. Rogério se comprometeu a retirá-lo hoje.
A obra
A Secretaria de Obras Públicas declarou reforma geral em caráter emergencial, solicitada pela Secretaria Estadual de Educação (rede elétrica, alvenaria, telhados, portas, hidráulica, cobertura, forros, beirões, esquadrias, pinturas, cozinha, refeitório e sanitários).