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A aventura de colecionar quadrinhos

Para gostar e colecionar não importa idade

03/09/2013 - 09h17min

Atualizada em: 03/09/2013 - 09h17min


A magia dos HQs encanta gerações

Do jornalista ao padre. Do jovem ao idoso. Para gostar e colecionar histórias em quadrinhos (HQ) não importa idade. Basta ter vontade de viajar nas asas da imaginação.
É a oportunidade de viver a história de outra pessoa em uma realidade paralela que fascina e faz o padre Fábio Lucio Martins dos Santos, 38 anos, manter um acervo de mais de 5 mil exemplares.

- Dificilmente uma aventura começa e termina na mesma edição, por isso a coleção, para dar continuidade à história - declara o sacerdote, responsável pela Paróquia Nossa Senhora Medianeira, em Eldorado do Sul.

Tudo começou em 1992, com o incentivo do pai, que acreditava que o gibi ajudava a praticar leitura.

- Depois, comecei a trabalhar e comprar as revistas, mas ele ainda me dava outras de presente - afirma.

Arrependimento acabou em livro

Já o jornalista Hiron Cardoso Goidanich, o Goida, 79 anos, garante que sua geração aprendeu a ler graças às HQs.

- Leio histórias em quadrinhos desde 1940 - assegura.

Ele lembra que, quando tinha 16 anos, chegou a perder o interesse, pois acreditava que os gibis não tinham mais uma linguagem séria. Nesta época, passou a ler Machado de Assis e Monteiro Lobato, entre outros autores.

Mas aos 25 anos, a paixão bateu mais forte no peito e Goida, com ajuda de sua esposa, voltou a colecionar quadrinhos.

- Me arrependo de ter parado. Se fosse hoje, jamais deixaria de ler - atesta.

De lá pra cá, a coleção só aumentou. A partir de 1963, somaram-se ao acervo revistas europeias, de fora do mercado tradicional e pouco conhecidas no Brasil. Com mais de cinco décadas de conhecimento acumulado sobre gibis, Goida lançou, em 1990, a primeira edição da Enciclopédia dos Quadrinhos, pela LP&M Editores. Em 2011, a obra ganhou o reforço do também colecionador André Kleinert e uma edição com 536 páginas (R$ 59,90).

Vale tudo para manter coleção

Colecionador que se preza mantém a sequência das HQs em dia com rigor religioso.
Vale qualquer esforço para não perder nenhum número da série preferida.

Padre Fábio recorda que uma de suas peregrinações à Aparecida, em São Paulo, acabou se transformando em duas. O sacerdote, que na época residia em General Câmara e comprava as revistas em São Jerônimo, percebeu que perderia uma das edições, caso não adquirisse o quadrinho antes da viagem. Sabendo onde morava o dono da banca, foi até  a casa dele e bateu na porta até ser atendido.

- Insisti até conseguir. Precisava que trouxesse o gibi um dia antes da viagem e ele atendeu o pedido - lembra-se.

- Para não estragar - Mantenha os HQs em prateleiras abertas, na vertical. Para evitar traças, guarde os mais antigos em sacos plásticos.

Raridade vale fortuna

Os preços de revistas atuais podem variar de R$ 5,90 para edições de Batman O Cavaleiro das Trevas (Os Novos 52) até R$ 56 para Batman Descanse em Paz - Edição de Luxo, da Panini Comics. O valor oscila conforme o número de páginas e a série.

Edições de lançamentos de heróis podem custar fortunas. Em julho, um exemplar nº 1 da Action Comics, com a primeira aparição do Superman, mesmo danificado, foi leiloado por U$ 175 mil (R$ 413 mil). Em 2011, o ator Nicolas Cage levou US$ 2,16 milhões (R$ 5,24 milhões) por outra nº 1 da Action com nota nove na escala de conservação Comic Good Condition, que vai até dez.


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