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Dia do Professor

É preciso educar onde a lei é do silêncio

Diário Gaúcho retrata a dura lida de educadores heróis, que atuam em escolas sitiadas pelo medo que o tráfico impõe

15/10/2013 - 07h21min

Atualizada em: 15/10/2013 - 07h21min


Professores que trabalham em escolas localizadas em zonas de conflito, sofrem ameças dos alunos e lidam com brigas, tráfico de drogas e outros

A reportagem deste ano não é colorida. Dar voz à aflição desta parte do magistério foi o modo que o DG encontrou para demonstrar como a vocação de alguns professores é a única esperança de crianças que vivem em zonas de conflito de Porto Alegre.

Todo o tipo de pressão

Silêncio é uma palavra que ganhou novo e preocupante significado no meio escolar. Antigamente, os professores pediam e os alunos atendiam para prestar atenção na aula. Mas nos últimos anos, a violência que cerca as escolas deu à palavra um tom grave. E até virou lei: a Lei do Silêncio, que impera nas instituições de ensino situadas em regiões marcadas pela violência associada ao tráfico de drogas.

O que era uma recomendação para assegurar a compreensão das disciplinas, hoje aterroriza o seu autor: o mestre. Em regiões de conflito na Capital, professores, diretores e funcionários de escolas são ameaçados e amedrontados. Raramente pelos alunos. Muitas vezes, são recados que chegam anônimos.

Uma docente sem rosto

Com 30 anos de magistério, uma professora de 59 anos revela: nas salas de aula de sua escola, as paredes estão pichadas com símbolos de gangues e frases chulas:

- Não sei como estamos trabalhando ainda. A gente sofre todo o tipo de pressão. De traficantes, pais, e até de alunos que vivem nesse meio. Pertencem a gangues. Vêm de seus territórios e se encontram aqui dentro.

Tráfico pauta conversas

"Os alunos falam abertamente que o irmão está preso, que o pai está na cadeia. Uma vez um aluno estragou um material. Em seguida, me disse que podia comprar outro, pois ganhava R$ 100 dos traficantes só para ficar numa esquina, observando o movimento."

Ameaça de agressão

"Vi brigas violentas também, entre meninos e até entre meninas. Até arma de brinquedo já encontraram com os pequenininhos. Tive material roubado da sala de aula e sofri ameaça de agressão ao mandar um aluno para a direção."

Leia a reportagem completa no Diário Gaúcho desta terça-feira.


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