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Prefeitura da Capital a trote de lesma com Lei dos Carroceiros
Catadores não serão multados apesar de lei estar em vigor. Governança municipal admite que seria injusto tirar o ganha-pão sem dar chance de readequação
A prefeitura admitiu ontem repensar a punição a carroceiros que circularem nos
31 bairros da Capital nos quais uma lei os impede de circular. Enquanto catadores não tiverem a chance de garantir o seu ganha-pão em atividades propiciadas pelo projeto do município, a aplicação de multas e a apreensão de veículos e animais, previstas para começar neste mês, não ocorrerão.
A revelação foi feita pelo secretário de Governança Local, Cezar Busatto.
- Estamos no início da caminhada. Seria injusto, desumano, retirar a carroça e deixá-los sem trabalho. O sucesso do programa será levá-los para uma nova atividade.
O projeto prometia seis unidades de triagem para realocar este pessoal. Porém, nenhuma saiu do papel.
Ainda longe do ideal
Por ora, a EPTC tem adotado a postura de setembro: apenas aborda os recicladores e os incentiva a se inscreverem no Programa de Inclusão Produtiva na Reciclagem, que dispõe de cursos de qualificação. Gradativamente, a intenção é tirar os carroceiros das ruas até 2015. E se qualificar é o primeiro passo para que os trabalhadores sejam encaminhados a outras atividades profissionais. Mas há muito a ser feito.
Desabafo de quem quer cumprir a lei
Uma mostra de que há muito por ser feito no assunto está na história de dois carroceiros que telefonaram ontem para o DG. Os vizinhos Paulo Roberto Alves Borges e Dilson Guimarães Duarte, ambos de 59 anos, do Bairro Camaquã, querem se desfazer das carroças. Mas, por duas vezes, não conseguiram entregar os veículos no Centro Administrativo Regional (Car) Centro-Sul, no Bairro Cavalhada.
- O responsável nunca estava. Querem que a gente cumpra a lei, mas não ajudam - reclama Paulo Roberto.
A Governança Local promete que vai atender Paulo e Dilson hoje à tarde no Car Centro-Sul. Houve uma "falha na comunicação", pois o atendimento aos catadores só ocorre no período da tarde. Eles garantem que não receberam este recado.
Leia a reportagem completa na edição desta quarta-feira do Diário Gaúcho