Dinheiro jogado fora
Ex-prefeito de Alvorada rebate acusações em caso de contêineres abandonados: "Tudo politicagem"
João Carlos Brum reconheceu que a compra efetuada em sua gestão pode não ter sido a melhor escolha
O ex-prefeito de Alvorada, João Carlos Brum, admitiu nesta quarta-feira que a compra de cem contêineres de lixo durante a gestão dele, que custaram R$ 139 mil aos cofre públicos, pode não ter sido a melhor escolha. Os equipamentos foram retirados da rua pela atual administração, no segundo semestre do ano passado, e hoje estão largados no aterro sanitário da cidade.
- Às vezes, o prefeito nem sabe. Se decide (a Secretaria responsável) comprar contêiner, faz o pedido de compra, vai para a licitação, e o prefeito só assina o contrato no final. Isso é uma questão técnica. A decisão errada pode sair da Secretaria. Talvez, o modelo (de contêiner) não tenha sido o correto, se ele é pesado - disse.
João Carlos indignou-se com a justificativa do atual secretário de Serviços Urbanos de Alvorada, Miguel Ângelo Pereira, que em entrevista ao Diário Gaúcho, publicada na quarta-feira, alegou ter retirado os equipamentos da Avenida Getúlio Vargas por deixarem os garis e a população em risco. Para Miguel, as tampas eram muito pesadas por serem de ferro, e funcionários do recolhimento de lixo teriam se lesionado ao tentar abri-las.
- Acho que compramos contêineres de ferro e não de plástico porque eles duram três, quatro, cinco anos, e não podem ser vandalizados. Eles eram destinados para o lixo produzido pelo comércio da cidade, e não para o morador comum. O comércio aprovou a utilização deles - afirmou.
Tudo politicagem
Sobre a quantia paga pelos contêineres a uma empresa do Paraná, cujo nome a atual gestão preferiu manter em sigilo até o final da negociação para uma possível devolução dos mesmos, João Carlos afirmou não ter certeza se na época foi pago apenas a metade do valor de R$ 139 mil.
Com relação à afirmação do secretário atual sobre os caminhões que recolhem o lixo não serem apropriados para os equipamentos de ferro, o ex-prefeito se defendeu:
- Se não pudessem fazer o serviço, não teriam recolhido por um ano e sem reclamar. Isso que a atual gestão está fazendo é politicagem. Querem destruir a minha imagem junto aos moradores de Alvorada.