Saúde Pública
Reviravolta na inauguração do Hospital da Restinga
Cerimônia com a presença da presidente Dilma Rousseff, no sábado, foi cancelada um dia após o anúncio. Atendimento da população começará em julho
Anunciada e cancelada pelas redes sociais, a inauguração do Hospital da Restinga e do Extremo Sul virou um mistério. Na terça-feira, o prefeito José Fortunati divulgou na sua conta no twitter que a cerimônia seria realizada no sábado, com a presença da presidente Dilma Rousseff.
Ontem, porém, Fortunati tuitou que a solenidade havia sido cancelada por problemas no contrato. Mais tarde, pela mesma rede social, ele informou que o documento deve ser assinado pelo Ministério da Saúde e pelas secretarias da Saúde do Estado e do Município amanhã, às 10h, no Hospital Moinhos de Vento. Dilma, por sua vez, deve participar da inauguração do viaduto Pinheiro Borda no sábado.
Superintendente explicou como será o funcionamento
Enquanto as autoridades discutem se a inauguração sai ou não, a população aguarda ansiosa a abertura da nova porta do Sus na Capital. Na manhã de ontem, o superintendente executivo do Hospital Moinhos de Vento - responsável pela gestão do hospital -, Fernando Andreatta Torelly, explicou no programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, como será o funcionamento. Com investimento de R$ 110 milhões, por intermédio de isenções fiscais, a instituição hospitalar começará a atender no dia 1º de julho.
O custeio total do hospital de R$ 4,6 milhões será dividido entre o Ministério da Saúde (50%), governo do Estado (24%) e a prefeitura (26%).
Como vai funcionar
A porta de entrada do sistema será pelos programas de estratégia de saúde da família. O Moinhos tem três postos funcionando nesta região, com seis equipes, e a prefeitura tem mais 12 equipes.
Quando ele necessita de uma consulta especializada, o hospital terá dentro do seu complexo um centro de especialidades para atender a esse paciente.
Ao lado do centro de especialidades haverá um centro de diagnósticos, onde o paciente poderá fazer os exames laboratoriais, cardiológicos e de imagem.
Se, nesta etapa, ele tiver o diagnóstico prescrito, volta para os cuidados da Estratégia de Saúde da Família. Se necessário, ele o encaminhamento para Upa Hospitalar, que é a emergência do hospital, e para o hospital.
Dentro do complexo há uma escola de gestão para formar moradores da Restinga para trabalharem no hospital.
Mais de 600 moradores já foram formados e mais de cem contratados pelo Moinhos de Vento.
O hospital começará a funcionar, em julho, com 82 leitos, e já tem 290 colaboradores selecionados para trabalhar.
Quando o hospital estiver operando em sua totalidade, ele contará com cerca de 800 colaboradores e 170 leitos.
A estrutura
O Complexo Hospitalar Restinga e Extremo Sul terá cinco grandes unidades: emergência, centro de especialidades, unidade de diagnóstico, hospital e escola de gestão em saúde.
A Emergência do Hospital Restinga e Extremo Sul funcionará 24 horas por dia e atenderá pacientes adultos e pediátricos.
Por setor
O Centro de Especialidades será responsável pelo atendimento ambulatorial de especialidades médicas, multiprofissionais e odontológicas.
A Unidade de Diagnóstico realizará exames laboratoriais, ecografia, eletrocardiograma, ecocardiografia, mapa, holter, endoscopia digestiva alta e baixa, além de raio-x e tomografia digitais.
Outras unidades
O hospital é composto por centro cirúrgico, centro obstétrico (com unidade de cuidados intermediários para o recém-nascido), serviço de reabilitação e unidades de internação adulta e pediátrica.
Em breve, uma unidade de terapia intensiva (UTI) também será incorporada ao Complexo.
Leitos de internação
Quando estiver funcionando plenamente, o hospital terá 121 leitos de internação assim distribuídos:
62 leitos para pacientes adultos clínicos ou cirúrgicos, 26 para pacientes clínicos pediátricos, seis para gestantes, 12 para pós-parto, cinco para cuidados intermediários de recém-nascidos, dez leitos de UTI.
Também haverá 49 leitos de passagem, totalizando 170 leitos à disposição da comunidade.
Custeio compartilhado
O Hospital da Restinga foi concebido a partir de uma parceria entre o Ministério da Saúde (MS) e o Hospital Moinhos de Vento, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi). Como parte deste programa, o MS fornece verba para a edificação da instituição (R$ 110 milhões por meio de isenção de impostos) e o HMV transfere conhecimento, tecnologia e educação para o sistema público. O custo mensal de manutenção do hospital é de R$ 4,6 milhões.
Outros números
- O atendimento será 100% Sus
- População beneficiada: aproximadamente 110 mil habitantes da Restinga e do Extremo-Sul (Lami, Lageado, Belém Novo, Ponta Grossa e Chapéu do Sol).
- Emergência adulto e pediátrica: capacidade de 13 mil atendimentos/mês.
- Exames de diagnóstico: exames laboratoriais, ecografia, eletrocardiograma, Holter, Mapa, ecocardiograma, endoscopia digestiva alta e baixa além de raio-X e tomografia digitais.
- Área construída: 19.148 metros quadrados.