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Nas escuras

Escola da Restinga está há dois meses sem luz

Retorno às salas de aula ainda sem luz desanima alunos na Escola Raul Pilla, na Restinga

06/08/2014 - 07h03min

Atualizada em: 06/08/2014 - 07h03min


Jeniffer Gularte
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A volta às aulas foi frustrante para os 1.280 alunos da Escola Estadual de Ensino Médio Raul Pilla, na Restinga. Um dos prédios da instituição está sem energia elétrica há quase dois meses devido a uma pane no serviço. Quem imaginou que até o final das férias de inverno o problema estaria resolvido, se enganou e já retorna à escola desanimado.
 
- Achei que teria luz, mas não. Estão passando bem pouco conteúdo no quadro - conta Edelym Silveira, 15 anos, aluna do primeiro ano do Ensino Médio.
 
Até o começo das férias, a previsão do tempo ditava a rotina escolar: em dias de tempo nublado e com chuva, todos saíam mais cedo. Em dias ensolarados, a aula seguia normalmente. A partir de agora, segundo a diretora Tânia Brandão, os alunos não serão dispensados mais cedo, "a não ser que esteja muito escuro".
 
Sono e falta de atenção
 
A falta de iluminação na sala de aula dá sono e dispersa os estudantes. Muitos preferem nem ir para a escola se o dia amanhece de cara feia, como ocorreu na segunda-feira.
 
- Não dá nenhuma vontade de vir. Estar ou não aqui, é indiferente - admite Henrique Degues, 15 anos, estudante da oitava série.
 
Os alunos sentem-se prejudicados, pois a luz do dia não é suficiente para iluminar a sala de aula, que tem janelas em apenas uma das paredes. Sem informações, também não sabem quando a escuridão terá fim.
 
- Uns dizem que era para o final de agosto, agora falam em final de outubro. Mas os professores nem falam no assunto em sala de aula - comenta Marciele Medeiros, 14 anos, da oitava série.
 
"Não é impossível dar aula"
 
Para a diretora da escola, Tânia Brandão, é preciso tentar trabalhar na diversidade. Ela admite que, em dias de chuva, a situação dificulta ainda mais, mas, segundo ela, os professores tentam trabalhar com conteúdo xerocado, sem usar o quadro negro.
 
- Tendo boa vontade, dá para ler. Bom não é, mas não é impossível dar aula. Esta é uma obra de grande vulto, é assim que funciona, tem que ter paciência - diz, referindo-se à imensa burocracia que atrasa o reestabelecimento da energia.
 
O prédio afetado tem 14 salas de aula, que são usadas em rodízio pelos alunos conforme o período das disciplinas.
 
Projeto pronto, só falta a obra
 
O diretor-geral da Secretaria Estadual de Obras, Ederson Machado, afirma que a vistoria do local já foi feita e o projeto de intervenção na escola está orçado em R$ 14.326,36. O valor inclui troca de luminárias, aterramento e colocação de interruptores de tomadas. Segundo ele, o projeto foi entregue ontem à Secretaria Estadual de Educação para que haja liberação dos recursos para a direção da escola contratar a empresa que executará a obra.
 
- Em uma semana se faz a obra, existe toda uma burocracia e tem que se obedecer os critérios.


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