Chamada das Ruas
Antônio Carlos Macedo: "Tragédia com ônibus da Unesul envolve uma boa dose de culpa coletiva"
As consequências da tragédia com o ônibus da Unesul em Glorinha não podem recair somente sobre o motorista que exagerou na velocidade e provocou o tombamento do veículo numa curva da ERS-030. Como responsável direto pelo incidente, é claro que ele terá que responder perante a lei. Mas o episódio envolve também uma boa dose de culpa coletiva, do poder público e da própria sociedade, por aceitarmos como normal o relaxamento da segurança dos passageiros de carros como o acidentado. O fato desses ônibus permitirem embarque e desembarque ao longo do trajeto não pode servir de pretexto para desobrigar o uso do cinto de segurança e, muito menos, para autorizar a condução de pessoas em pé. Na maioria dos casos, as tais características urbanas, que justificam as liberalidades citadas, se limitam às paradas permitidas no meio do caminho. No mais, tudo é semelhante aos diretos e semidiretos, onde o uso do cinto é obrigatório e os passageiros só podem viajar sentados. Se os riscos são os mesmos, o que justifica critérios tão diferentes de proteção? O preço da passagem? O caráter mais humilde das pessoas que usam os chamados "pinga-pingas"? Até parece que a vida de uns passageiros vale mais que a dos outros.
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Critério técnico
Sartori acerta ao adotar o critério técnico para escolhe dos dirigentes das estatais, departamentos e demais órgãos executivos do governo do estado. Instituições especializadas exigem conhecimento administrativo. Não podem ficar na mão de políticos que caem como paraquedistas nos cargos. Em geral, quando isso acontece, os resultados são desastrosos. Para ser eficiente, empresa pública também precisa ser dirigida por gente que sabe do riscado. O governador exagerou ao compor um secretariado essencialmente político. Agora, porém, equilibra a situação ao priorizar o conhecimento técnico como pré-requisito para o comando das estatais.
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