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Jovem que fez vaquinha para tratar câncer atinge a meta e já está nos EUA

Leonardo Konarzewski, que teve o visto negado por falta de dinheiro, ainda precisa de verba

12/03/2015 - 14h39min

Atualizada em: 12/03/2015 - 14h39min


Gustavo Foster
Gustavo Foster
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Montagem sobre fotos / Facebook
Leonardo busca tratamento médico nos Estados Unidos

A primeira etapa chegou ao fim - e de forma feliz. O gaúcho Leonardo Konarzewski, de 21 anos, que fez uma vaquinha na internet para financiar o seu tratamento de câncer nos Estados Unidos, atingiu a primeira meta e arrecadou R$ 50 mil. Ele já está nos Estados Unidos - tinha previsão de chegada a Minnesota até às 14h30min  - e deve iniciar o tratamento imediatamente.

Entre no site da campanha "Ajude-me a vencer o câncer!" para doar

No site da campanha "Ajude-me a vencer o câncer!", o valor da arrecadação ainda consta como R$ 38.501,94. Essa era a quantia doada até a última atualização feita por Leonardo. Quando o montante chegou a R$ 50 mil, ele rumou a São Paulo para garantir seu visto - não atualizou a página e não deixou a senha para ninguém, movido pela compreensível pressa de começar o tratamento.

- Graças a Deus, o consulado foi um pouco flexível. Após muito estresse, uma burocracia terrível, conseguimos. Eu estava lá desde às 7h da manhã de quarta. E só liberaram o visto para a mãe dele e para ele, porque queriam ter a garantia de que eu ficasse aqui em Porto Alegre, incentivando a arrecadação de dinheiro através da campanha. Para o visto ser concedido a eles, eu tive que ficar - explica José Mario Konarzewski, pai de Leonardo.

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Ele conta que, só em viagens para São Paulo e burocracia referente ao visto, a família já gastou R$ 5 mil. Foram nove idas à capital paulista. Entre os familiares e amigos de Leonardo, entretanto, a esperança e a surpresa com a solidariedade cresceram com a meta atingida:

- Nós estamos impressionados com a ajuda, a quantidade de pessoas divulgando, nos adicionando no Facebook, mandando mensagens. Ninguém esperava isso. E todo mundo na família fica muito feliz, muito agradecido, emocionado com tudo isso. Ficamos sem palavras, temos o dever de retribuir tudo isso - diz Telmo Konarzewski, irmão de Leonardo.

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No entanto, os R$ 50 mil equivalem apenas ao valor de início, o exigido pela clínica para começar o tratamento. Os primeiros US$ 7 mil (algo em torno de R$ 22 mil) servem de caução para a Mayo Clinic, que vai promover o tratamento de Leonardo. O restante equivale ao valor médio estipulado pela clínica como custo médio de início. José Mario calcula que o gasto total pode chegar a US$ 200 mil (R$ 625 mil, na cotação atual). Foi esse o valor gasto por outra pessoa que fez o tratamento na mesma clínica, da qual José teve notícia.

- A campanha tem que continuar. Quanto mais pessoas ajudarem, melhor. Se sobrar, vamos doar para quem necessita - garante José.

Agora, resta a espero pelo começo do tratamento. O clima é de confiança:

- Minha expectativa é que ele se cure lá. Não posso pensar em outra coisa, tenho que pensar positivo. Ele ainda vai voltar e agradecer a todas as pessoas que ajudaram e aos brasileiros. Não tenho nem palavras para expressar a solidariedade do povo. Tudo isso é muito emocionante. É um menino novo, que tem toda a vida pela frente - diz o pai.

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Entenda o caso:

Com o diagnóstico de Linfoma de Hodgkin, um tipo de câncer no tecido linfático, Leonardo Konarzewski foi informado neste ano de que as possibilidades para tratamento da doença no Brasil haviam se esgotado. Antes disso, o ex-estudante de Ciências da Computação da PUCRS havia passado por cinco sessões de quimioterapia. Foram 15 dias de forte medicação, o que acabou debilitando ainda mais sua saúde. Um tratamento médico que está em fase de testes em uma clínica de Rochester, no Estado norte-americano de Minnesota, foi a única saída encontrada pelo médico de Leonardo, Dr. Gilberto Schwartsmann.

Com passagem comprada para os Estados Unidos, Leonardo teve o pedido de visto negado pelo consulado americano em São Paulo. Ele não tinha os US$ 15 mil descritos pelo consultório americano como o valor inicial para o tratamento. Com a solicitação congelada até segunda-feira (caso conseguisse o dinheiro, o consulado garantia visto), Leonardo voltou a Porto Alegre e iniciou uma campanha de arrecadação. Nesta quarta, atingiu a meta de R$ 50 mil, o equivalente em moeda brasileira aos US$ 15 mil, e rumou para os Estados Unidos com a mãe, para iniciar o tratamento.

Veja o vídeo onde Leonardo pede doações:


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