Opinião
Macedo e o atraso no pagamento do Pis: que feio, Dona Dilma!
Antônio Carlos Macedo critica a presidente por fazer o contrário do prometido na campanha eleitoral
Dona Dilma passou a campanha eleitoral inteira jurando de pés juntos que não faria nada que prejudicasse o trabalhador. Mais do que isso, disse que seus adversários é que fariam isso. Eleição garantida, a presidente parece ter sido acometida de uma grave crise de amnésia, pois passou a fazer exatamente o que prometeu não fazer.
A última ação envolve o pagamento do abono salarial aos cadastrados no Pis. Seguindo orientação do Ministério da Fazenda, o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador decidiu que 50% dos benefícios previstos para este ano só serão efetuados em 2016. Pelo novo calendário definido, a primeira parte será paga de julho
a dezembro de 2015. O restante será liberado entre janeiro e março próximos.
Governo altera pagamento do PIS para metade dos beneficiários. Confira o calendário completo
A mudança faz parte do ajuste fiscal. Com ela, o governo pretende economizar mais de R$ 9 bilhões no corrente exercício. Economia às custas do bolso do trabalhador. Tudo com a concordância da presidente, aquela que jurou que não faria o que está fazendo. Não que o ajuste fiscal, por si só, não seja necessário. Pode ser amargo, mas é um remédio necessário para equilibrar as contas públicas.
Remédio necessário
O problema não é esse. O que irrita são as inverdades ditas por Dilma para ganhar a eleição. Mesmo sabendo que, devido aos gastos excessivos patrocinados pelo seu governo, as medidas de arrocho seriam necessárias, ela passou a campanha inteira dizendo que a economia estava sob controle. E que os adversários mentiam quando ao afirmar o contrário, numa estratégia para desestabilizar o governo e vencer o pleito.
Agora, quase um ano depois da campanha, dá pra ver com absoluta clareza quem faltou com a verdade. Com certeza, não foi a oposição. Quem enrolou os eleitores com promessas infundadas ocupa o Palácio do Planalto. Que feio, Dona Dilma!
Se campanha eleitoral fosse relação de consumo, a senhora estaria às voltas com o Procon por propaganda enganosa. Como não é e seu mandato vai até 2018, só nos resta torcer para que seu governo acerte o passo e recoloque o Brasil no rumo do crescimento.
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