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Investigação

Ministério Público de São Paulo pede a prisão preventiva de Lula

O petista é denunciado por lavagem de dinheiro e falsidade ideológica envolvendo o caso do tríplex no Guarujá

10/03/2016 - 17h39min

Atualizada em: 10/03/2016 - 18h13min


Pela primeira vez, o Ministério Público de São Paulo pediu a prisão preventiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em denúncia protocolada na quarta-feira. Lula é denunciado por lavagem de dinheiro e falsidade ideológica envolvendo o caso do tríplex no Guarujá. As informações são do Estadão.

Além de Lula, também foi pedida a prisão preventiva do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e do empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, e ex-dirigentes da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop).

Em entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira, o promotor Cássio Conserino, um dos responsáveis pela denúncia, foi insistente em não querer falar sobre o pedido de medida cautelar contra o petista.

– Só vamos falar sobre a denúncia – afirmou.

Na denúncia contendo 102 páginas e assinada por Conserino, José Carlos Blat e Fernando Henrique Moraes de Araújo, a Promotoria detalha as suspeitas levantadas ao longo das investigações que ouviram mais de 20 testemunhas, incluindo engenheiros responsáveis por reformas no imóvel e até zeladores do edifício Solaris.

Entre os 16 acusados pela Promotoria paulista, estão a ex-primeira-dama Marisa Letícia, o filho mais velho do casal Fábio Luiz Lula da Silva, o Lulinha, e mais 13 investigados.

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A Promotoria sustenta que o petista cometeu os crimes de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica ao supostamente ocultar a propriedade do imóvel – oficialmente registrado em nome da OAS. O promotor afirma ter indícios de que houve tentativa de esconder a identidade do verdadeiro dono do triplex, o que, segundo ele, caracteriza lavagem de dinheiro.

A investigação mostrou que a empreiteira OAS bancou uma reforma sofisticada do apartamento, ao custo de R$ 777 mil. Segundo o engenheiro Armando Dagre, sócio-administrador da Talento Construtora, contratada pela OAS, os trabalhos foram realizados entre abril e setembro de 2014.

Em 2006, quando se reelegeu presidente, Lula declarou à Justiça eleitoral possuir uma participação em cooperativa habitacional no valor de R$ 47 mil. A cooperativa é a Bancoop que, com graves problemas de caixa, repassou o empreendimento para a OAS.

Lula apresentou sua defesa por escrito no inquérito da Promotoria. O petista afirma que não é o dono do triplex.

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Questionado pelo Jornal Folha de São Paulo, o advogado da família de Lula, Cristiano Zanin Martins disse que não foi comunicado sobre o pedido de prisão e ainda disse não acreditar que o pedido será aceito pela Justiça devido à fragilidade dos argumentos utilizados pelo Ministério Público de São Paulo.

– Não faz sentido atribuir um imóvel a um dono que nunca usou e foi ao local duas vezes antes de ele estar terminado para saber se teria interesse em ficar com ele – defendeu.

O caso deve ser analisado pela juíza Marília Priscilla Ernandes Veiga Oliveira, da 4ª vara criminal de São Paulo, mas ainda não tem data para acontecer.

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