Poliamor
Trio poliafetivo vê retrocesso em recomendação do CNJ de suspender registros de uniões entre mais de duas pessoas
Recomendação do CNJ vale até que seja analisada uma representação da Associação de Direito de Família e das Sucessões
A alegria de ter a união registrada no 15º Ofício de Notas do Rio de Janeiro (RJ) durou menos de dois meses para um casal formado por três pessoas, sendo um homem e duas mulheres. Isso porque o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) recomendou que sejam suspensas as escrituras de relacionamentos com mais de duas pessoas, como é o caso do funcionário público Leandro Sampaio, 33 anos, da dona de casa Thais Oliveira, 21, e da estudante Yasmin Cruz, 21. As informações são do jornal Extra.
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A suspensão vale até que seja analisada uma representação da Associação de Direito de Família e das Sucessões. O tema deverá ser discutido em audiência pública. O objetivo do trisal, agora, é realizar uma campanha falando sobre o caso, pois "só um lado está sendo ouvido". Eles avaliam a recomendação do CNJ como um retrocesso.
– A união estável entre homem e mulher já enfrentou, no passado, essa resistência. Tudo que se contrapõe ao casamento tradicional, que a sociedade e a religião dizem ser o certo, o que é discutível, enfrenta essa resistência cultural. Aconteceu também com a união estável entre gays, primeiro era considerada um consórcio, uma associação, depois união para então ser vista como casamento – conta Leandro.
Segundo o funcionário público, as uniões poliafetivas são "um fenômeno novo".
– A ideia é que se multiplique e se torne mais comum. Depois que eu tornei público, outras pessoas me contaram que vivem relacionamentos assim, tiveram mais coragem de se expor. Uma decisão agora seria arbitrária. Eu sei que é preciso uma discussão aprofundada sobre o tema, até porque mexe com outras questões como Previdência Social e plano de saúde envolvendo mais de duas pessoas – aponta.