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Seu problema é nosso

Em Estância Velha, mãe de menino com Síndrome de Down continua lutando por educação e saúde

Matheus precisa fazer fisioterapia e acompanhamento educacional especial

30/05/2016 - 11h14min

Atualizada em: 30/05/2016 - 11h14min


Mais de um mês depois do previsto, o estudante Matheus Gomes dos Santos, 17 anos, portador de Síndrome de Down, não foi chamado para a fisioterapia, conforme promessa feita pela prefeitura de Estância Velha no dia 28 de abril.

Com a piora no quadro de saúde do filho, a mãe, Ana Marlise Gomes, 57 anos, já não sabe mais o que fazer.

– Ele está sofrendo muito, sentindo ainda mais dor. Não aguento ver meu filho desse jeito – desabafa.

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Matheus tem uma inflamação no pé esquerdo desde 2013. Em janeiro do ano seguinte, os médicos fizeram um procedimento para tirar um cravo inflamado. Entretanto, o problema não foi resolvido.

– Ele diz que tem um bichinho mexendo dentro do pé, isso me corta o coração – diz a mãe.

Calçado

Para piorar a situação, apesar de todo o frio, Matheus não pode usar tênis por causa da dor. Para sair de casa, só de chinelo, mesmo nos dias mais gelados. O deslocamento da rótula dos joelhos é outro agravante do problema. Ana conta que ir para a escola tem sido difícil e a demora da Secretaria da Saúde em chamar o estudante para a fisioterapia está prejudicando seus estudos.

– Ele tem faltado muitas aulas, além disso, quando ele vai, as professoras me ligam pedindo para buscá-lo porque ele está chorando de dor. É muito descaso, já pedi ajuda em todos os lugares possíveis e não dão atenção – reclama.

Qualidade

Outro problema é que devido às necessidades especiais impostas pela síndrome, Matheus precisa de um assistente de inclusão diário para acompanhá-lo em sala de aula.

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O garoto estuda no Colégio Estadual de Ensino Médio 8 de Setembro, em Estância Velha, onde mora, e só recebe atendimento pedagógico a cada 15 dias, além de não ter uma sala de inclusão na escola.

– A professora de Sapiranga que o atende teve que se afastar por motivos de saúde. Ele já não tem acompanhamento diário, agora vai ficar sem nada. O Matheus adora ir à escola, mesmo com a deficiência, e não vejo a direção e o Estado se mexendo para dar um ensino de melhor qualidade para ele e para as outras crianças com limitações – queixa-se Ana.

Sem perspectiva de monitores

A prefeitura de Estância Velha informou que Matheus foi encaminhado a um especialista da Rede de Atenção Básica para fazer exames clínicos e, depois, vai para a fisioterapia. A Secretaria da Educação respondeu que devido aos 24.407 estudantes com deficiência incluídos em turmas de ensino regular, é impraticável o atendimento individual

por monitores. Informou que irá implantar nas próximas semanas uma Sala de Recursos no Colégio Estadual 8 de Setembro. Alguns equipamentos e materiais didáticos foram adquiridos e foi iniciado o processo de contratação de um profissional habilitado para exercer a função.



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