Depois do absurdo caso da menina de 16 anos estuprada por mais de 30 homens, vi muita gente fazendo todo tipo de comentário. Tinham desde imbecis que tentavam justificar o que aconteceu como algo normal a gente acusando a menina de ser culpada.

O que ninguém cogita é que seu filho, um dia, pode estar entre os estupradores. Sim, porque os animais que fizeram aquilo vieram da mesma sociedade da menina estuprada.

Quando nossos filhos são pequenos e falam da bunda de uma menina na rua, como reagimos? Geralmente vejo os pais elogiarem o bom gosto dos filhos. Em raros casos, vejo uma repreensão.

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Quando o filho adolescente recebe uma foto de colega nua no celular, que orientação recebe em casa?

Isso ocorre todos os dias – e não podemos fechar os olhos. Em escolas aqui do Estado, meninas são coagidas a pegar no pênis de meninos, inclusive ameaçadas por outras meninas. Não vou me estender pois a vitima pediu sigilo, mas essa realidade é muito próxima da gente.

O estupro que vimos é o extremo da violência contra uma mulher e a raiz disso é a forma como educamos nossos filhos. Os meninos são criados como predadores e, quando adolescentes, veem as meninas como presas a serem abatidas.

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Se você tem filho ou irmão adolescente, se pergunte: se ele estivesse lá, o que faria? Tão importante quanto não querer que sua filha seja estuprada é eliminar qualquer possibilidade de seu filho ser um estuprador. Quem violentou aquela menina foi educado por nós.

Se um menino estupra uma menina, é distúrbio de uma pessoa. Se 30 fazem isso, é um distúrbio nosso.