Uma atriz pornô vem ganhando notoriedade por um motivo bastante específico: ela é a primeira no país que se dedica à temática "geek", o que lhe proporcionou uma legião de fãs do universo nerd.

Barbara Costa tem 28 anos e foi indicada ao prêmio Sexy Hot – um dos principais da indústria pornográfica no Brasil – em cinco categorias. Uma delas é a de melhor atriz, que ela acredita nem merecer.

– Melhor atriz não posso dizer que sou. Mas o prêmio de melhor atriz homossexual é um objetivo que viso muito. Até porque tive bem mais prazer ao fazer filmes com mulheres do que com homens – disse Barbara ao Diário Gaúcho.

Nascida em Mogi das Cruzes, no interior paulista, atualmente ela se divide entre a terra natal e São Paulo. Barbara estuda moda e garante que o lado geek não é apenas para ganhar fama no meio pornô. Conta que sempre foi apaixonada por desenhos, videogame e séries – tanto que tem tatuagens do Yoshi e do Pikachu, e se nega a trabalhar nos domingos, dia que são exibidos os novos episódios de Game of Thrones e The Walking Dead.

– Quando eu era pequena, minha mãe brigava comigo porque eu só queria jogar videogame. Hoje o problema é com as séries. Assino os pacotes e quero assistir todas – brincou.

Leia mais
Atriz pornô de 19 anos é presa por suspeita de tráfico de drogas
FOTOS: maquiadora mostra antes e depois de modelos e atrizes pornôs

Sobre a entrada na indústria pornô, ela explica que se deu em um momento difícil de sua vida, logo após terminar um namoro, aos 22 anos. Na época, ela morava em São José dos Campos, distante cerca de 90 quilômetros da capital paulista, estudava administração e trabalhava em um banco. Até que resolveu dar uma mudada no rumo, abandonou a faculdade e começou a dançar em casas noturnas. Durante o período, fez aulas de pole dance e conheceu uma atriz pornô, que a convidou para entrar no ramo. Como o ex-namorado gostava muito de filmes adultos, ela resolveu topar, em uma espécie de vingança.

– Foi uma coisa imatura que acabou virando minha profissão.

Barbara diz que a grana que ganha fazendo filmes adultos não é suficiente para ela viver bem. Por isso, resolveu trabalhar também fazendo exibições na webcam. O pagamento é por minuto e ela costuma ficar online umas três horas por dia, o que rende até R$ 10 mil no fim do mês.

Barbara diz que o relacionamento com a família também é tranquilo. Sua mãe aceita a profissão e é uma de suas maiores fãs. Além dela, a familiar mais próxima é uma prima, que estuda moda junto com ela.

O que mais incomoda, ela diz, é o desrespeito com as atrizes pornôs no Brasil.

– Muitas pessoas ficam te incomodando, falando besteira. Vários nos confundem com garotas de programa – reclamou.

Para se esquivar do assédio, a atriz anda com vidro escuro no carro, evitar ir a baladas e tenta não "dar bandeira". Ainda assim, garante que é reconhecida em muitos lugares e isso lhe incomoda. Por esse motivo, prefere estudar moda com professores particulares, em pequenos grupos, onde não vai haver fofoca sobre sua profissão.

Leia mais
Vídeo pornô: saiba quando a diversão se transforma em vício
Relembre dez famosas que se tiveram sua intimidade comentada

Nas redes sociais, ela mesma exclui os comentários ofensivos e bloqueia os perfis que lhe desrespeitam. Mas confirma que depois que passou a divulgar esse seu lado geek os ataques diminuíram consideravelmente.

Para o futuro, pensa em abrir uma loja de roupas e acessórios voltada para o público nerd. Até mesmo por isso, ela e a prima cursam moda. Sua intenção é investir em moda alternativa, geek e cosplay – quando alguém se veste igual a um personagem de um desenho, filme ou série.

A expectativa, agora, é pelo resultado do prêmio Sexy Hot, que será divulgado no dia 28 de junho. A votação online vai até o dia 24.