Embora a essência da Guarda Municipal seja a prevenção da violência em ambientes públicos, a incorporação do trabalho ostensivo vem ganhando força desde 2014, quando a legislação concedeu poder de polícia a ela. Canoas é o 15º município gaúcho a armar o seu efetivo. O anúncio foi feito ontem durante a formatura dos 40 novos guardas, que ocorreu no Paço Municipal.

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Os novos agentes já estão capacitados para utilizar a arma de fogo. O equipamento deve chegar em 30 dias, após autorização oficial da Polícia Federal. Eles foram treinados pela Academia de Polícia durante 20 dias. O curso completo durou sete meses. Os outros 37 guardas que já atuam nas ruas, como a inspetora Rosane Paltian, também devem receber o treinamento.

– Para nós é um avanço muito grande, porque o risco a gente já corre por estar na rua, então a arma se faz necessária – diz Rosane.

O comandante do 15º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Eduardo Amorim, prefere não polemizar a iniciativa. Ele acredita que haverá integração da mesma forma que já ocorre entre a Brigada e a Polícia Civil.

– Acho que não pode haver posicionamento (contrário) porque, assim, a gente vai perder tempo em vez de trabalhar. Nós temos que focar no trabalho– avalia.

O prefeito, Jairo Jorge da Silva, garante que o papel principal da Guarda é o serviço de prevenção em escolas, praças e ambientes públicos. A arma de fogo, segundo ele, servirá como meio de segurança em casos excepcionais, quando os agentes se depararem com situações de conflito.

– Hoje estamos convictos de que eles estão preparados para reforçar o trabalho preventivo. Não vamos substituir a Brigada e a Polícia Civil. Nós vamos ajudar a trabalhar de forma colaborativa – diz

Cachoeirinha deve ser o próximo município a armar a Guarda. A Associação de Secretários e Gestores Municipais de Segurança Pública do Estado (ASGMUSP) também trabalha com um projeto que propõe integração no trabalho das forças policiais.

Moradores concordam com armamento

A moradora do Bairro Niterói Gabriela Pires, 21 anos, prefere contar com a Guarda armada. Na opinião dela, o número de policiais disponíveis nas ruas não é suficiente para atender à população de Canoas.

– Eu acho que eles vão suprir o trabalho da Brigada. Acho que serão mais (agentes de segurança) e melhor.

O casal Andréa Bom, 37 anos, e Deividi Jeferson Araújo, 26, que mora no bairro Igara e passava pelas imediações do Paço Municipal no momento da formatura, também concorda com a medida.

– Acho importante, ainda mais com essa onda de violência. Eu, por exemplo, tenho medo de andar sozinha na rua – avalia Andréa.

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