Há cerca de um mês, a vida da manicure Cintia Vargas da Cunha, 27 anos, tornou-se um pesadelo. Moradora de Balneário Pinhal, no Litoral Norte, por pouco ela não foi atingida em cheio por um poste de luz que caiu na Rua Bela Torre dia 9 de julho.

Segundo ela, com a queda do equipamento, acabou ferida com os fios de luz, que incendiaram e caíram sobre as costas dela.

Cintia relata que retornava para a casa de um mercadinho que fica na Bela Torre, quando o poste de madeira que estava em más condições veio ao chão.

– Eu vi o movimento do poste caindo. Depois disso, não vi mais nada. Um senhor contou que eu desmaiei e ele me tirou dali – relembra.

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Medicamentos

De acordo com o relato de moradores, o poste desabou levando junto outro de concreto e arrebentando os fios que atingiram a manicure. Cintia afirma que teve queimaduras leves na barriga e nos pés. Foi atendida no posto 24 horas da cidade.

Dez dias após o acidente, ainda com dores, descobriu a fratura em cinco costelas e que os nervos do lado direito foram esmagados devido ao impacto do corpo no chão.

– Estou entrevada numa cama. Durmo sentada e não posso nem escovar os cabelos por recomendação médica – lamenta a manicure, que não está trabalhando.

Desde o acidente, Cintia conta que precisa tomar cinco medicamentos para tratar as sequelas. Dois deles conseguiu com o município e para os outros abriu protocolo, mas foi informada de que só estarão disponíveis em 40 dias.

Ajuda

Por conta disso, teve de comprar a medicação para os primeiros dez dias de um tratamento que terá duração de um ano. Isso apertou ainda mais o orçamento familiar dela.

A manicure afirma que procurou ajuda para o tratamento no serviço de Assistência Social da prefeitura de Balneário Pinhal e diz que a Ceee foi informada do acidente no mesmo dia do ocorrido por uma vizinha, que teria passado o contato ao técnico que esteve no local – inclusive forneceu cópias do boletim de ocorrência e outros documentos à companhia. Desde então, a manicure espera o contato.

– Tenho duas filhas que dependem de mim. Eu não pedi para que um poste caísse onde eu estava – desabafa.

Ceee está à disposição

A procuradora-geral de Balneário Pinhal, Maria Helena Kremer Friedrich, afirma que Cintia apresentou versões diferentes do caso. Esclarece que ela foi atendida na ESF de Magistério no dia 1º de agosto, onde recebeu prescrição de três medicamentos, mas só protocolou o pedido de um. Ela foi orientada a protocolar o pedido dos outros. A ordem de compra foi emitida, mas o município não informou quando estarão disponíveis.

A Ceee confirma que equipes da empresa atenderam ocorrência na Rua Bela Torre em 9 de julho, na qual houve a queda de três postes. Os técnicos buscaram saber se havia ocorrido outros danos, ou pessoas atingidas, mas nada foi relatado. A Ceee diz estar à disposição. Recebeu documentos de Cintia e aguarda os demais prometidos por ela.