Notícias



Crueldade

Mortes cruéis de cães geram protesto em Viamão

Estudantes de uma escola de Capão da Porteira, em Viamão, se manifestaram pedindo investigação 

12/12/2016 - 16h35min

Atualizada em: 12/12/2016 - 17h22min


Aline Custódio
Aline Custódio
Enviar E-mail
Com cartazes e faixas, alunos protestaram pedindo que culpados sejam descobertos e punidos

Indignados com as mortes cruéis de pelo menos cinco cães da localidade de Capão da Porteira, zona rural de Viamão, na semana passada, alunos da Escola Estadual de Ensino Médio Francisco Canquerini fizeram um protesto nesta segunda-feira pedindo solução para os casos. Entre os dias 2 e 6 de dezembro, dois cachorros foram queimados, outros dois envenenados e um, de apenas quatro meses, recebeu um tiro na cabeça. Todos viviam nas proximidades do Beco dos Botinhas, a 1km da escola.

Um dos animais mortos foi Meia-Noite, o cão comunitário de pelagem escura que era amigos dos estudantes e vivia nas proximidades da escola. Há uma semana, ele entrou na porta principal da instituição já com os primeiros sintomas de envenenamento. Alunos e professores tentaram salvá-lo, mas ele acabou morrendo no caminho para uma clínica veterinária onde foi constatada a morte por substância tóxica.

– Ficamos traumatizados com o pedido de ajuda dele, quando apareceu na nossa porta já morrendo. Foi muito triste vê-lo daquele jeito. O bicho não fazia nenhuma maldade, era amigo de todos – contou Jéssica Klassen, 16 anos, aluna do segundo ano do ensino médio.

Estudantes conversaram com coordenador municipal de Atenção aos Animais

Crueldade
O fim de Meia-Noite deu início a uma mobilização pelas redes sociais organizada pelos alunos, onde donos de outros cães da localidade se manifestaram falando das mortes. Com medo de represálias, nenhum deles registrou ocorrência policial – o que é necessário para que a situação seja investigada. Hoje, a legislação pune com detenção de três meses a um ano quem fere, mutila ou comete maus-tratos qualquer tipo de animal. Se a violência provocar a morte do bicho, a pena pode ser aumentada de um sexto a um terço.

Leia mais

"Estavam paralisados", diz frei que fotografou cachorros assistindo à missa

Casal cuida de 433 cães em abrigo de animais em Imbé

Ao saber da situação da localidade, o coordenador municipal de atenção aos animais, Angelo Oliveira, conversou com os alunos durante o protesto e elogiou a iniciativa da gurizada.

– Estes estudantes já fazem parte das pessoas que poderão mudar este mundo cada vez mais violento – destacou.

Angelo confirmou que um morador registrou protocolo denunciando um dos casos, e indicou um suspeito. A meta do coordenador é de convencer pelo menos um dos donos dos cães mortos a registrar a ocorrência policial.

– A partir do registro, daremos todo o apoio para descobrirmos quem foi o covarde capaz de fazer uma crueldade destas. Não pode ficar impune – afirmou Angelo.

Depois da morte do cão comunitário Meia-Noite, por envenenamento, restou Grelhado para alegrar os estudantes

Como denunciar em Viamão
* Registre a ocorrência da delegacia de polícia mais próxima.
* Se tiver medo de sofrer represália, denuncie o caso pelos telefones 156 (prefeitura) ou 996158546 (Whatsapp da coordenação municipal de atenção aos animais).

O que diz o artigo 32º da lei federal 9.605/98 - dos Crimes Ambientais
Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos. Pena: detenção, de três meses a um ano, e multa.
1º) Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos.
2º) A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal.



MAIS SOBRE

Últimas Notícias