Notícias



Dia Internacional da Mulher

Sônia, Rejane e Carina: saiba como essas mulheres se superam no dia a dia 

Um anúncio publicado no Diário Gaúcho na semana passada, convidando as mulheres a contarem suas histórias, motivou inúmeros relatos que merecem ser compartilhados

08/03/2017 - 07h00min

Atualizada em: 08/03/2017 - 09h29min


Sônia está sempre sorrindo

Um anúncio publicado no Diário Gaúcho na semana passada, convidando as mulheres a contarem suas histórias, motivou inúmeras a partilharem as próprias vidas com os demais leitores. Hoje, Dia Internacional da Mulher, apresentamos três que representam as trilhas de muitas leitoras. É uma homenagem a estas valentes que enfrentam, com orgulho e determinação, as diferenças e as lutas cotidianas.

"Sou tudo o que vier"
De segunda a segunda-feira, a rotina de Sônia de Oliveira, 55 anos, de Portão, inicia antes do sol nascer para que ela consiga se dividir entre as inúmeras tarefas diárias. Sempre pronta para presentear com um sorriso quem se aproxima, Sônia é balconista, padeira, açougueira e peixeira no comércio da família, das 8h às 22h. Depois, até uma hora da madrugada, auxilia o filho, o pizzaiolo Manolo Martins, 26 anos, na pizzaria dele. E entre um trabalho e outro, ela ainda arranja tempo para trabalhos sociais, distribuindo doações aos que necessitam.
– Jamais temi as dificuldades porque a minha vida sempre foi superação. Sou tudo o que vier: mãe, tia, comerciante, amiga e mulher – comenta.

Leia mais
Eventos gratuitos no Dia da Mulher: veja a programação em Porto Alegre e Região Metropolitana
No Dia Internacional da Mulher, Câmara da Capital terá mais três vereadoras
Linha Turismo terá desconto para elas no Dia Internacional da Mulher

Sônia atua também na peixaria da família

Ajuda
Antes de ter o açougue com o marido, Alexandre Busatto, 41 anos, com quem está casada há 20 anos, Sônia vendia churrasquinho na esquina de casa. Aos poucos, e com muito trabalho, o casal viu o negócio crescer. O tempo escasso para as folgas ou as férias jamais impediu a falante Sônia de dar atenção à melhor amiga, a pinscher Mel, de quatro anos, e de auxiliar os necessitados. Há nove anos, sempre no Dia das Crianças e do Natal, ela organiza uma festa para crianças e adolescentes carentes da cidade. Neste ano, quando as festas completarão uma década, a comerciante pretende distribuir 600 presentes.
– Tive uma infância muito pobre. Por isso, quero sempre ajudar os que têm menos, sem olhar para trás – garante.

Manolo, o filho, é o parceiro na pizzaria da família

Único filho de Sônia, Manolo define a mãe como " uma mulher ligada no 220v". O jovem recorda que ela jamais soube dizer não a quem se aproxima para pedir um auxílio.
– Ela está sempre disposta. É um grande exemplo de mulher que merece todas as homenagens – resume.

Mas Sônia não pretende fazer algo especial na data dedicada às mulheres. E ela tem uma justificativa:
– Não acredito que eu tenha um único dia para celebrar, pois comemoro todos eles quando acordo pela manhã. Cada dia é um milagre!

Rejane é a única fiscal de lotação em Porto Alegre

"Agarro as oportunidades com as duas mãos"
Única fiscal mulher nas lotações de Porto Alegre, Rejane Sperb, 50 anos, atua na função há um ano e meio, quando assinou a carteira de trabalho pela primeira vez. Foi à convite de uma amiga que a então dona de casa aceitou o desafio de coordenar os horários de 15 homens e uma mulher, motoristas da linha Cristal, na Zona Sul da cidade.Das 6g às 13h30min, Rejane controla as saídas da linha e afirma jamais ter sofrido preconceito dos colegas.
– Pelo contrário, aqui somos todos iguais. Não existe melhor, nem pior. Todos, homens e mulheres, têm capacidade de se superar – ensina.

Foi ao ficar viúva, aos 43 anos, que a moradora do Bairro Cavalhada, antes apenas do lar, precisou trabalhar fora para sustentar a filha Sophia, na época com cinco anos. Rejane também é mãe da gerente de restaurante Kamila, 30 anos, que mora no Paraná.A ideia de escrever para o Diário Gaúcho partiu da própria fiscal de linha, que garante jamais ter recebido uma homenagem na data.
– Nunca ninguém lembrou de me parabenizar pela data. Então, achei que era hora de me presentear mostrando que nunca é tarde para começarmos algo novo. Sou assim: agarro as oportunidades com as duas mãos – afirma.

Carina e os filhos

"Pãe 24 horas por dia"
Aos 30 anos, Carina Ramos Rodrigues, do Bairro Guajuvira, em Canoas, se define como "pãe" (pai e mãe) dos filhos Victória, um ano e dez meses, e Davi Lucca, quatro anos. Separada há dois anos, completados no mesmo dia em que descobriu estar grávida da filha mais nova, Carina mora com os dois filhos, a mãe e uma irmã e trabalha como telemarketing, na Capital, para garantir o sustento da família. A telemarketing lembra que passou a dar mais valor à vida depois que teve complicações pós-parto da caçula.
– Superei todas as dificuldades por eles. Sozinha, cuido e educo meus pequenos. Eles são o meu alicerce – garante.

Carina decidiu enviar a própria história para o Diário Gaúcho por considerá-la muito próxima de tantas outras mães solteiras. Sobre o passado, pouco comenta. Prefere pensar no que virá e faz planos, guardados em segredo.
– As coisas não têm sido fáceis, mas com foco tenho superado dia a dia todos os problemas. Sou guerreira, luto pelos meus sonhos porque cabe a mim torná-los realidade – afirma, determinada.

A data
O Dia Internacional da Mulher surgiu em homenagem a 129 operárias que morreram queimadas no dia 8 de março de 1857, após se revoltarem contra as péssimas condições de trabalho a que eram submetidas, em Nova York, nos Estados Unidos.

Confira as últimas notícias



MAIS SOBRE

Últimas Notícias