Seu problema é nosso
Vazamento de esgoto se estende há um ano em bairro de Porto Alegre
O esgoto corre a céu aberto e toma quase toda a Rua Tenente Arizoly Fagundes, no bairro Restinga, zona sul da Capital
A dona de casa Madga Rejane Soares dos Santos, 33 anos, está grávida de seis meses e convive diariamente com uma situação muito desconfortável: o esgoto que corre a céu aberto e toma quase toda a via em que mora, a Rua Tenente Arizoly Fagundes, Acesso C, no bairro Restinga, em Porto Alegre.
Leia mais
Força-tarefa do Dmae trabalha para consertar vazamentos pelas ruas de Porto Alegre
Falta de pagamento por parte da prefeitura deixa ruas esburacadas na Praia do Lami
Esgoto é consertado depois de 20 anos em Dois Irmãos, no interior do Estado
O problema, que já acontece há mais de um ano, incomoda todos os moradores da região, que têm que conviver com o mau cheiro e os riscos que a água parada pode trazer.
— É inaceitável. Estamos há tanto tempo pedindo pelo conserto, mas só recebemos desculpas vazias. Meu filho não pode brincar mais na rua, não pode andar de bicicleta — desabafa Magda.
A moradora afirma que todas as ligações para a prefeitura são decepcionantes. Ela diz que a falta de equipamento, especificamente da retroescavadeira, era a resposta mais comum que recebia até o mês passado, quando passaram a afirmar que a demora decorria de uma mudança da empresa terceirizada. A promessa era de que, até a segunda quinzena de dezembro, algo fosse feito para reparar o problema.
— Ter que esperar todo esse tempo e, mesmo assim, não receber uma resposta concreta é muito difícil. Eu estou grávida, o cheiro me dá muita náusea e dor de cabeça, é muito difícil — relata.
Desamparo
Magda afirma que não só ela, como vários vizinhos, já entraram em contato com a prefeitura para pedir respostas. Especialmente os proprietários de um restaurante próximo à casa dela, que chegaram a perder clientes em função do mau cheiro.
— Afeta todo mundo, e de inúmeras maneiras. O cheiro, a dificuldade de circulação e o perigo de ter esse esgoto a céu aberto — explica a dona de casa.
Prefeitura não dá previsão para efetuar o conserto
A Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb), por meio de sua assessoria de imprensa, informou que, no dia 9 de novembro, o contrato com a empresa terceirizada que prestava serviços de manutenção de águas pluviais foi rompido de forma unilateral.
A terceirizada alegou para o órgão desconformidade em questões contratuais. O caso está sendo tratado pela Procuradoria-Geral do Município. A SMSUrb afirmou que um novo contrato emergencial está em andamento e deverá entrar em vigor na segunda quinzena do mês de dezembro.
Portanto, as demandas estão sendo encaminhadas aos setores responsáveis para que sejam feitas vistorias e, posteriormente, a inclusão dos serviços na programação. A administração pública afirmou que a Divisão de Manutenção de Águas Pluviais (Damp, antigo DEP) está trabalhando com pelo menos cinco equipes nos pedidos emergenciais — tais como arredores de escolas, postos de saúde e vias, onde o problema impeça o tráfego de veículos.
Ainda não há uma previsão para o conserto do problema na via de Magda.
*Produção: Leticia Gomes