Domingo passado, guardei as últimas horas do fíndi pra ver a nova animação da Disney e Pixar. Viva - a Vida É uma Festa é um baita motivo pra ir ao cinema. O programa fica melhor ainda com um balde de pipoca e alguém especial do nosso lado. Pensa numa história fofa que mistura a vida e a morte de um jeito leve. Que comove, diverte e faz pensar. Prometo não dar spoiler, só quero te deixar com vontade de assistir. O que interessa aqui é o contexto onde tudo se passa.
Você já ouviu falar do costume que os mexicanos têm de celebrar o dia dos mortos com muita festa? Sabe aquelas caveiras pintadas e maquiagens de esqueletos sorridentes? Eles acreditam que los muertos voltam pra visitar seus parentes nesse dia. Então decoram altares com flores, fotos dos entes queridos e preparam as comidas que eles gostavam como oferenda. Enquanto nós choramos as perdas no Finados, os mexicanos celebram essa chance anual de reviver e reunir a família espiritualmente.
Fotografias
É interessante conhecer hábitos diferentes dos nossos, e só isso já vale o ingresso. Tem toda uma trama que acontece onde fotos de mortos são o fio condutor (eita, não conto mais nada). Quem gosta de vasculhar caixas de fotografias antigas vai se identificar. Coincidência: recentemente uma prima me mandou diversas fotos de infância que eu nem lembrava que existiam. E nelas apareciam alguns amores que já partiram. Todos faceiros, em dia de festa.
Depois de sair do cinema, fiquei pensando como eu enfeitaria esse altar pra eles. Não poderia faltar a ambrosia da vó, fotos do pai no Imbé, medalhas que meu sogro ganhou no exército, doces pelotenses pro tio Idílio (tantos tios pra caber no altar). A gente não precisa ter nascido no México pra manter viva a lembrança dos nossos mortos. Se a vida é uma festa até pra eles, o melhor a fazer é celebrar cada dia, cada momento, cada sorriso que fica pra sempre.