Contrariou diagnóstico
Conheça a história de Getulinho: guri de 13 anos teve paralisia cerebral e, hoje, é goleiro em time infantil
Além do futebol e da escola, ele faz aulas de canto, estuda inglês e alemão, ministra palestras motivacionais e tem um programa em uma rádio na internet
O futebol é o combustível que faz Getúlio Felipe da Silva, o Getulinho, perseguir os seus sonhos e superar as suas limitações físicas. Ao nascer, o adolescente de 13 anos, morador do bairro Jardim Carvalho, em Porto Alegre, sofreu uma parada respiratória que resultou em paralisia cerebral. Aos quatro anos, médicos disseram que ele nunca conseguiria caminhar.
Porém, depois de muitas sessões de fisioterapia, fonoaudiologia, exercícios na água e uma cirurgia nos pés, o menino deu os primeiros passos, aos sete anos. Inicialmente, com o auxílio de um andador, depois, com muletas. Hoje, Getulinho não só caminha sozinho, como atua como goleiro em um time de futebol.
– O primeiro passo para realizar um sonho é ter atitude e persistência, tem que correr atrás. Meu primeiro grande sonho foi caminhar, e o que me motivou foi o esporte, o futebol principalmente – conta.
Ídolo
O papel do pai, o administrador Getúlio da Silva, 49 anos, foi fundamental para o menino desde o início. É nele que vê seu maior ídolo. Com suas limitações, Getulinho não era aceito nos times da escola. O pai, então, criou um campo adaptado em casa para o filho treinar.
Há dois meses, o adolescente é goleiro do time infantil de futebol sete do Centro Sesc de Iniciação Olímpica, onde treina todas as quartas-feiras, no turno inverso ao da escola. A relação com os colegas de time, segundo ele, é ótima, e a gurizada está sempre pronta para ajudar no que for preciso.
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Na Alemanha
No dia 30 de junho de 2014, no jogo Alemanha 2 x 1 Argélia, pelas oitavas de final da Copa do Mundo, em Porto Alegre, Getulinho entrou em campo com o goleiro alemão Manuel Neuer, que sempre viu como uma inspiração. E em novembro do mesmo ano, graças à ajuda de um doador que colaborou para a viagem, ficou 13 dias em Munique, na Alemanha, e entrevistou o arqueiro.
– Foi uma troca de experiências muito legal. Além de tudo, quis mostrar para as outras pessoas que elas também podem conseguir realizar os seus sonhos – afirma o menino.
Programa de rádio e planos para o futuro
Getulinho ainda não sabe o quer ser quando crescer – por ora, quer apenas aproveitar a adolescência. Além do futebol e da escola, o guri não para: faz aulas de canto, estuda inglês e alemão, ministra palestras motivacionais e também tem um programa em uma rádio na internet, o Getúlio & Companhia.
No programa, fala de assuntos como música, gastronomia e atualidades, além de fazer entrevistas.
– No futuro, pretendo fazer o que eu gosto. Senão, qual é a graça da pessoa viver sem fazer o que gosta? – questiona.