A Vila Tronco, na Capital, desfilou na manhã desta quinta-feira (6) todo o seu orgulho, em mais uma edição do Desfile da Mocidade. Promovido pela Associação dos Moradores e Amigos da Vila Tronco (Amavtron), reuniu escolas e instituições do local, com o tema Diversidade e Inclusão.

O desfile já é uma tradição para os moradores da Tronco, porém Luciano Cardoso, vice-presidente da Amavtron, acredita que em 2018 o evento tomou proporções maiores.  Luciano destaca que o objetivo é crescer ainda mais e, no próximo ano, contar com mais instituições:

– O desfile é de extrema importância, pois é uma ferramenta de inclusão da comunidade. É ocupar um espaço que é nosso. Porque a rua também é nossa. Não é só uma avenida para passar carros.

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Formada apenas por jovens da comunidade, a Banda Marcial da Amavtron foi uma das atrações do desfile. 

– É uma região complicada, da qual falam apenas sobre violência. Hoje é um dia de não violência. O resgate da tradição de uma banda foi uma ideia abraçada totalmente pela comunidade – diz o presidente da Amavtron, Paulo Jorge Cardoso.

O desfile era acompanhado por moradores e familiares das crianças e jovens. Neiva Alegre, 78 anos, observou, orgulhosa, o neto Leonardo durante todo o trajeto. O menino participava da banda.

– É um trabalho muito bom. No turno inverso da escola ele vai para a Associação, assim não fica ocioso – diz Neiva.

– Nos emocionamos junto com eles. É um resgate, nos remete à nossa infância. Algo que vinha se perdendo – aponta a coordenadora de cozinha Janaína Gonçalves.

Em meio às manifestações de carinho pelo bairro, um assunto, volta e meia, dominava as conversas: a demora para a conclusão das obras de duplicação da Avenida Tronco. A obra era uma das previstas para a Copa do Mundo de 2014, mas não foi entregue até hoje. O trabalho, que foi interrompido em outubro de 2016, foi retomado em junho deste ano, com previsão de conclusão para 2020. Nos próximos dias, a prefeitura divulgará um novo cronograma sobre o andamento das obras e prazos de conclusão. 

– É um dos maiores problemas da região. Já houve quedas de moradores. Nos anos que a obra esteve paralisada, não tiveram o cuidado de isolar. Já estamos calejados de ouvir que as obras serão retomadas e finalizadas – diz o advogado Fabiano Negreiros.

Entre as principais reclamações dos moradores com relação às obras, está a mobilidade. 

– Tenho um filho cadeirante. Não tem onde passar, atrapalha muito – reclama a aposentada Neuza, 78 anos.