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Coluna da Maga

Magali Moraes e o museu que se foi

Colunista escreve às segundas, quartas e sextas-feiras no Diário Gaúcho

05/09/2018 - 10h00min


Miguel Neves / Divulgação

Você deve ter visto o fogo engolindo o Museu Nacional no Rio de Janeiro, no último domingo à noite. Não sobrou nada pra contar a história. Literalmente. Todas as obras e o próprio prédio foram destruídos. Em junho, o museu festejou 200 anos. Parece que nem havia muito o que comemorar porque o descaso e o descuido do local já eram aparentes. Faltou dinheiro. Faltou manutenção. Faltou interesse em preservar tanto conhecimento adquirido. Faltou até água nos hidrantes. 

Eu nunca estive lá, e lamentei. Também lembrei das vezes em que achei chato visitar museu. Me senti burra. Quem viaja pra fora do Brasil entra em longas filas pra conhecer os museus que contam a história de outros povos. E acaba não dando a mesma importância pra o que está bem perto de casa. Nosso passado vale menos? Nessas mesmas viagens, é cena corriqueira ver turmas de criancinhas sentadas em roda, desenhando as obras de arte, ouvindo explicações e aprendendo desde pequenas a frequentar museus.

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Exemplo

Mas e quantas vezes a gente levou os nossos filhos pra conhecer museus? E despertou a curiosidade deles? Tem que dar o exemplo. No resto do mundo, os patrimônios históricos são valorizados e respeitados. Eles são uma grande fonte de turismo, atraindo visitantes e verba pra manutenção. Aqui no Brasil, precisa acontecer uma tragédia dessas pra todo mundo acordar. Imagina 20 milhões de itens da história do Brasil transformados em cinzas. Torradinhos da silva. Triste, né?

O Museu Nacional seria um orgulho em qualquer lugar do mundo. Viveria cheio de gente e de arte. A carcaça que sobrou do prédio representa bem o atual momento do país. Nossas cidades abandonadas, nossa segurança ameaçada, nossa cultura esquecida. E pensar nas malas de dinheiro que circulam em mãos erradas. Agora acabaram com uma parte valiosa da identidade brasileira. Museu é aprendizado, é educação, é passado, é futuro, é memória. Vamos lembrar disso nas urnas.   



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