Integração pelo esporte
Edição nacional das Olimpíadas Especiais das Apaes reúne mais de mil atletas em Canoas
Evento iniciou na segunda-feira e segue até o próximo sábado
A partida de futsal masculino entre os times do Rio Grande do Sul e do Amazonas, disputada na tarde desta terça-feira (4), no Complexo Esportivo da Ulbra, em Canoas, foi pegada. A cada lance, as torcidas, formadas por outros membros das delegações, vibravam e incentivavam seus atletas. Enquanto isso, outras três partidas do mesmo esporte e uma de handebol ocorriam no complexo.
O jogo, que terminou 2 a 1 para o Amazonas, fez parte da primeira fase da disputa do futsal masculino na edição nacional das XXII Olimpíadas Especiais das Apaes, que ocorre desde segunda-feira e segue até sábado. O evento reúne 1.079 atletas em 11 modalidades e tem representantes de 23 Estados. Ao todo, segundo a organização, são 2 mil pessoas envolvidas.
Um deles é Marcelo Ferreira da Silva, 35 anos, aluno da Apae do município de Iranduba e responsável pelos dois gols do time do Amazonas na partida. Graças à performance dele, o time conquistou sua primeira vitória na competição.
– Na primeira partida, contra Pernambuco, nós perdemos. Mas tínhamos viajado um dia e meio para chegar aqui, estávamos muito cansados – conta Marcelo.
Motivação
Com lágrimas nos olhos, ele dedicou o resultado à esposa, Amanda, e à filhinha Marcele, de apenas um mês e meio:
– Desde criança sou apaixonado por futsal. Não tenho palavras para falar sobre essa Olimpíada, é muito emocionante estar aqui. Graças a Deus, consegui ajudar o time e fazer estes dois gols.
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Do outro lado da quadra, nada de tristeza. Depois de cumprimentar os vencedores, os atletas do Rio Grande
do Sul, campeões da edição passada, receberam o abraço dos treinadores e foram circular pelo evento, conversar com os colegas e confraternizar com outros participantes. Tudo isso faz parte da experiência, como conta Fabiano Rodrigues Kopp, 18 anos, de Santa Cruz do Sul:
– É maravilhoso (estar aqui)! A gente fica em hotel, conhece muita gente. Não é sempre que a gente tem estas oportunidades.
É justamente esta integração o grande objetivo do evento, segundo o Coordenador de Educação Física, Desporto e Lazer da Federação Nacional das Apaes, Roberto Soares.
– Para muitos deles, a vinda para cá já é um acontecimento. Aqui, além de praticar esporte, os alunos precisam exercitar a autonomia, a responsabilidade, a motivação – diz ele.
Praticante de futsal há oito anos, Fabiano até curte a integração, mas confessa que também gosta de competir:
– Jogar por medalhas motiva mais, né?
Viagem longa
Atleta do time de handebol feminino do Maranhão, Ana Beatriz Lima Costa, 18 anos, viajou de ônibus de São Luís, a capital do seu Estado, até Canoas. Foram três dias para fazer o trajeto, de quase 4 mil quilômetros.
A delegação desembarcou na madrugada de ontem, por volta da 1h. No início da tarde, as atletas já estavam na quadra.
– Eu jogo há quatro anos. Amo! Handebol é vida. Treino o ano inteiro, duas vezes por semana – conta ela, que fez três gols.
Para quem estava assistindo, o cansaço não parecia atrapalhar, já que o time venceu por 13 a 0 a partida contra Rondônia. Porém, segundo o técnico, José Henrique Azevedo, seu grupo poderia ter rendido mais em quadra.
– Este time já foi campeão brasileiro sete vezes. Cometeram erros que não costumam cometer nos treinos. Mas elas estavam cansadas. A próxima partida vai ser melhor – diz.