Porto Alegre, enfim, entrou na rota dos grandes artistas pop internacionais. Demorou, hein? No último domingo, mais um deles se apresentou aqui. Ed Sheeran, o ruivinho que comemorou seu aniversário de 28 anos ouvindo 40 mil gaúchos cantarem "Parabéns a você". É um guri que vale por uma banda inteira. Mas a coluna não é sobre ele ou suas músicas que talvez você nem conheça. É sobre a combinação de talento, sorte e humildade. Quando esse trio entra em cena, a experiência é inesquecível.

Nesse tipo de evento, tem sempre mais de um show. Primeiro um artista local abre a festa. Depois vem uma atração também de fora, escolhida pelo astro principal. E finalmente vem o show mais esperado da noite. Ser convidado pra tocar antes de um pop star é uma oportunidade única. Tipo assim A Grande Chance da Vida. Pense em quanta gente talentosa existe nesse mundão, mas não tem a sorte de estar na hora certa e no lugar certo. A tal da oportunidade que (se bem aproveitada) muda tudo.

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Momento

O que me chamou a atenção nessa apresentação na Arena foi a humildade deles. O novato Tuca e seu parceiro de violão estavam visivelmente se beliscando pra acreditarem no momento. Em seguida, Michael (o nome artístico é Passenger) brincou que cantaria 7 vezes seu único hit. E se emocionou lembrando que há 5 anos cantava nas ruas. Ed contou que sempre toca em seus shows uma música da época em que se apresentava em bares pra meia dúzia de gatos pingados. Humildade é que chama? 

Dava pra ver na expressão de todos eles a mesma satisfação e encantamento com a plateia, apesar de estarem em estágios diferentes da carreira. Isso não é comum. Que mensagem fica? Persistência. Acreditar em si mesmo e não duvidar do seu talento. E se o universo conspirar a seu favor, nunca deixar a fama subir à cabeça. Quando a gratidão sobe no palco, a mágica acontece. A plateia recebe muito mais do que música. Recebe inspiração e uma lição de vida.